Aumento de servidores da Câmara de Olinda é concedido na surdina em reunião-fantasma

Manoel Larré

É muito sorrateiro como se movimentam os nossos nobres parlamentares olindenses e bastante sutil o que acontece nas reuniões realizadas na Câmara Municipal de Olinda, não vamos usar o termo na calada da noite, pois incomoda o presidente Marcelo Soares, acha ele que o jornalista emprega linguajar pejorativo e morgadelho, mas vamos colocar dessa feita, o termo reunião-fantasma, aquela reunião que a população não toma conhecimento de nada, e fica longe de tomar susto. Fazendo paralelo com a luta recente dos rodoviários que fizeram greve, paralisaram o trânsito, ônibus depredados, prejudicando milhares de usuários do transporte coletivo, realizaram passeatas, foram à porta do MPT e houve muita confusão, até com disparo de arma de fogo etc. Depois ainda enfrentaram dissidio coletivo no Tribunal Regional do Trabalho, que após julgamento concedeu 12% de aumento e os patrões de imediato recorreram da decisão ao Tribunal Superior do Trabalho -TST que por sua vez expediu decisão reduzindo o aumento ao índice da inflação atual, ou seja, 9,5%; e a briga pela melhoria salarial da categoria ainda aguarda um resultado final. Parece que os motoristas, cobradores e fiscais fizeram cirrurgias bariátricas e não têm fome. Enquanto isso, ao largo da crise financeira que atinge em cheio o País, a Câmara dos Vereadores de Olinda reajusta os salários dos seus servidores em 10% (dez por cento) retroativo a maio, projeto de lei n. 34/2015, datado de 29 de junho de 2015, sem alarde, sem tornar público o ato, com sutileza, sem publicação no Diário Oficial do Município, quando muito constando no folhetim da AMUPE..., quando o povo ainda forrozava com destreza, na semana de São João... que beleza; e quase matreiramente conseguem realizar uma dessas reuniões para aumentar o número de vereadores de 17 para 23 cadeiras/vagas/boquinhas, mais 6 vereadores para a nova legislatura a partir de 2017, com a justificativa de que o município seria mais bem representado. É mole ou querem mais. Em todo o Brasil e aqui mesmo no Estado alguns prefeitos e Casas Legislativas já começaram a reduz os seus salários e dos servidores, exemplo, da Alepe, prefeituras do Recife, Paulista, Cabo de Santo Agostinho e vem muito mais por ai. Em Olinda a coisa é diferente, nada de crise, numa boa, sem estresse, vereadores ganhando salários de R$ 13 mil mais verbas de gabinete e representação e outros pendulicários, fora as mordomias, com soldo mensal em torno de 40 a 50 mil reais, representando cada edil um custo anual ao contribuinte perto de 600 mil reais e vai por ai. (anexos projeto de lei e justificativa). Em tempo: o Tribunal de Justiça de Pernambuco proibiu em sentença definitiva esse aumento de mais seis novos representantes municipais. Como diria Hebe Camargo, uma graçinha. Esse é mesmo o País da piada feita.