terça-feira, 12 de abril de 2011

Mesmo que fosse piada, era de muito mal gosto: Luciano Huck presidente - essa ameaça é real


“Não é piada. Símbolo do “bom-mocismo”, o apresentador da Rede Globo, que se lançou candidato nesta semana numa revista da Editora Abril, tem um projeto de poder e muito dinheiro para alimentar sua ambição. É o novo Fernando Collor?

Soou como piada, mas não é. Na edição deste mês, a revista Alfa, da Editora Abril, trouxe um candidato a presidente na sua capa. Um candidato para daqui a dez anos. Ninguém menos que o apresentador Luciano Huck. Ao ser perguntado sobre suas ambições presidenciais, ele mandou uma mensagem cifrada. “Agora, não”, retrucou ao repórter Marcelo Zorzanelli. “Daqui a dez anos, talvez, eu tenha mudado a resposta”. Foi o que bastou para que sua frase se tornasse o assunto mais comentado do twitter na segunda-feira 11. No início deste ano, Huck foi capa também da revista Veja, a principal publicação da Editora Abril, numa matéria intitulada “A reinvenção do bom-mocismo”.

Os dois fatos não são isolados. Fazem parte de uma estratégia real, que conta com todos os ingredientes de um projeto político: um homem de grandes ambições, o apoio de parte da mídia, recursos de sobra e articuladores que, por enquanto, agem na sombra. Nesse jogo, Huck é o protagonista, mas também um instrumento de uma direita que definha no Brasil – e que, por isso mesmo, precisa se renovar. Quem melhor do que um apresentador da Globo, casado com outra apresentadora, que faz programas de cunho assistencialista, circula livremente pelo establishment, e tem o DNA da classe dominante, sem falar nos seus 2,6 milhões de seguidores no Twitter?

Huck já tem amigos em São Paulo que trabalham por seu projeto político. Eles se articulam para patrocinar candidatos a prefeito de cidades populosas, em todo Brasil e de quase todos os partidos, nas eleições municipais de 2012, e para formar uma base de sustentação mínima ao futuro candidato. Tudo indo bem, a criação do partido do Huck, na prática uma aliança informal suprapartidária, avançaria para ter peso no Congresso, com deputados e senadores, se espraiando até os governos estaduais.”

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