Elio Gaspari
Na tarde de quarta-feira, o deputado José Augusto Maia foi à tribuna da Câmara e denunciou que foi destituído da presidência do Pros de Pernambuco e excluído da lista de candidatos 'por não aceitar uma proposta indecorosa e vergonhosa do presidente nacional do partido, Euripedes Junior (...), para me coligar ao PSB'.
O Pros efetivamente coligou-se com o PSB. Há alguns meses, numa reunião do Pros ocorrida em Brasília, Euripedes Junior defendeu a necessidade de lutar pela nomeação de um ministro porque isso permitiria a obtenção de financiamentos de fornecedores e sua canalização para as campanhas. Nessa ocasião, houve um pequeno mal-estar. Se as doações fossem formais, não haveria por que falar em 'proposta indecorosa e vergonhosa'. Numa segunda reunião, numa narrativa de Maia, o assunto voltou a ser tratado, com mais detalhes.
Maia foi prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, esteve no PMDB e no PTB. Teve suas contas rejeitadas quatro vezes e, no último dia 6, anunciou que desistia de se candidatar à reeleição. Se ele era um barra brava, o Pros correu risco ao aceitá-lo, entregando-lhe a presidência da seção pernambucana. De qualquer forma, fica a esperança de que especifique a proposta 'indecorosa e vergonhosa' que recebeu. Afinal, o deputado Roberto Jefferson, que detonou o mensalão, também passara pelo MDB e pelo PTB, além de ter sido um dos coronéis da tropa de choque do presidente Fernando Collor no Congresso. |
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