O Palácio do Planalto afirmou em nota que o presidente de Cuba pediu para se hospedar na Granja do Torto e que o pedido foi atendido. O governo informou ainda que é "praxe" oferecer hospedagem aos chefes de Estado em visita ao país. "O presidente de Cuba, Raul Castro, solicitou à Presidência da República a hospedagem na Granja do Torto e o pedido foi atendido", informou o Planalto.
O líder do DEM na Câmara Federal, Mendonça Filho (PE) criticou a hospedagem e fez duras críticas ao que considera privilégios ofertados a Cuba pelo governo brasileiro. O parlamentar disse que a Granja do Torto tornou-se a "Embaixada da Ditadura no Brasil" e em uma "hospedaria de ditador latino-americano". "Essa distinção por Cuba, depois de ter criado um programa de importação de médicos para financiar a ditadura cubana, garante a Raul Castro tratamento concedido apenas para outro ditador, o presidente da Venezuela e afilhado político de Hugo Chávez, Nicolás Maduro, nesses 12 anos de governo do PT", declarou o democrata.
"Essa simpatia por Cuba faz eco com o alinhamento do governo petista ao Foro de São de Paulo, união de países de cunho populista, autoritário e bolivariano, caso da Ilha dos Castro, da Venezuela e da Bolívia", assegurou. O deputado falou que na sua opinião isso acontece porque há uma "sintonia" ideológica entre os dois governos. "Nunca vi a Dilma fazer essa distinção a governos democráticos", emendou.
O líder da bancada do PSDB na Câmara Federal, Antonio Imbassahy (BA), disse que o fato de que Raúl Castro ter sido o único dos chefes de Estado a ter dificuldades em encontrar hospedagem em Brasília, poderia ser resolvido facilmente caso ele tivesse optado por se instalar na Embaixada de seu País. "É uma distinção inexplicável e injustificável" afirmou deputado.
Imbassahy avisou que o PSDB vai enviar um requerimento ao Ministério de Relações Exteriores questionando se houve custos e querendo transparência do governo brasileiro em relação ao caso. O tucano também disse querer transparência por parte do governo brasileiro para verificar se existiram outros gastos além da hospedagem, como transporte do presidente cubano e sua comitiva, além dos motivos pelos quais a sua estadia foi mantida em sigilo pelo Palácio do Planalto.
O tucano vai enviar outro requerimento para ser apresentado na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados para que o ministro Luiz Alberto Figueiredo explique o alinhamento entre Brasil e "países de regimes ditatoriais". Segundo o Imbassahy falou do relacionamento muito próximo entre Brasil e Cuba. "Depois que deu dinheiro para construção de um porto (de Mariel), supriu o caixa do governo cubano com os recursos do Programa Mais Médicos, o Palácio do Planalto oferece agora mais um mimo especial", atacou o deputado.
O líder do PPS na Câmara Federal, Rubens Bueno (PR), observou que os presidentes dos demais países que participam da conferência procuraram hospedagem própria e não precisaram da ajuda do governo brasileiro. Na sua opinião o acontecimento demonstra o alinhamento político da administração petista com o governo cubano e o uso do bem público para os seus interesses. "É o DNA do PT de aparelhar a coisa pública para uso ideológico", disparou.
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