Governo da Ucrânia divulga interceptação de comunicação via rádio entre dois líderes separatistas; "Acabamos de abater um avião", diz homem identificado como Igor; "O que tem ai?", pergunta um major; "Pelo jeito, uma aeronave cem por cento civil"; oitenta crianças podem estar entre os 295 passageiros mortos; "O Estado onde a tragédia ocorreu tem cem por cento de responsabilidade sobre o que aconteceu", cravou líder russo Vladimir Putin; queda de Boeing da Malaysia Airlines intensifica crise entre Estados Unidos e Rússia
247 - Os Estados Unidos passaram a afirmar, ainda extraoficialmente, às 18h23, que foi um míssil terra-ar que abateu o voo MH 17, da Malaysia Airlines, na rota Amsterdam-Kuala Lumpur, que sobrevoava o território da Ucrânia. O Departamento de Estado deverá se pronunciar nas próximas horas. Pró-EUA, o governo da Ucrânia classificou a tragédia que matou 295 pessoas em "ato terrorista". A Rússia manifestou que o governo ucraniano não tem conseguido conter os rebeldes separatistas.
- O Estado onde a tragédia aconteceu tem cem por cento de responsabilidade sobre o ocorrido, declarou o presidente Vladimir Putin, marcando a posição do país a respeito de eventuais acusações sobre a culpa pelo ataque.
Pela manhã, Putin telefonou para Barack Obama. A conversa estava agendada em razão da terceira e mais dura rodada de sanções econômicas, impostas ontem, por Washington contra empresas russas, mas ganhou uma moldura de dramaticidade com a queda do avião. Falando de improviso, Obama evitou no primeiro momento definir sua posição a respeito, optando por cautela. O vice-presidente Joe Biden, no entanto, transmitiu a jornalistas sua avaliação de que o voo fora abatido por um míssil.
O Ministério de Relações Exteriores da Ucrânia divulgou a jornalistas internacionais o conteúdo de um grampo telefônico feito supostamente sobre comandantes militares rebeldes. Eles dialogaram claramente sobre um ataque de míssil sobre um voo que, mais tarde, foi reconhecido como comercial. O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, anunciou o chamado de técnicos da Holanda para investigarem as causas do acidente.
O embaixador brasileiro na Ucrânia, Antônio Fernando de Mello, reconheceu em entrevista à Bandnews que os rebeldes têm armamento suficiente para abater aviões "em altitudes consideráveis".
- "Os rebeldes têm equipamentos de alta geração, como autopropulsores para lançar mísseis. Posso dizer que já foram dois os aviões abatidos aqui por mísseis, em altura considerável, superior a 3 mil metros de altura. Não estou dizendo que foram eles, mas que eles têm condições de fazerem isso.
Abaixo, diálogo e vídeo divulgados pelo governo da Ucrânia a partir da interceptação de comunicação entre rebeldes separatistas:
Igor Bezler: Acabamos de abater um avião. Grupo Minera. Ele caiu depois de Yenakievo. Vasili Geranin: Pilotos. Onde estão os pilotos? IB: Foram procurar e fotografar o avião. Tem fumaça. VS: Há quanto tempo isso aconteceu? IB: Uns 30 minutos atrás.
Comentário do SBU: depois de examinar o local da queda do avião, os terroristas chegam À conclusão de que eles derrubaram uma aeronave civil. A próxima conversa acontece 40 minutos depois.
Major: O pessoal de Chernukhin está examinando o avião. Aqueles cossacos [povo nativo das estepes das regiões do sudeste da Europa] que moram em Chernukhin.
Greek: Sim, Major. Major: O avião se despedaçou no ar. Na área da mina de Petropavlovskaya. O primeiro “200” [código que siginifica “pessoa morta”]. Encontramos o primeiro “200”. Um civil.
Greek: O que você tem aí?
Major: Pelo jeito, uma aeronave 100% civil.
Greek: Tem muitas pessoas aí?
Major: Put* mer**! Os destroços caíram nos quintais das casas!
Greek: Qual era o modelo da aeronave?
Major: Ainda não tenho certeza. Não estive no local da queda. Estou só vigiando o lugar onde caíram os primeiros corpos. Tem restos de peças internas, assentos e corpos.
Greek: Sobrou alguma coisa da arma?
Major: Absolutamente nada. Tem objetos civis, remédios, toalhas, papel higiênico.
Greek: Tem documentos?
Major: Sim, de um estudante indonésio. De uma universidade em Thompson.

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