quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Anac suspeita de venda de jato e pede ajuda da PF para investigar

Em nome de empresa do Grupo Andrade, aeronave pode ter sido vendida sem conhecimento dos órgãos aeronáuticos responsáveis pelo controle

Queda da aeronave matou Eduardo Campos e outras seis pessoas e danificou seis imóveis em Santos, litoral de São PauloFoto: Marcelo Oliveira / Agencia RBS
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) solicitou à







 Polícia Federal (PF) informações precisas sobre o operador do jato Cessna Citation 560XL, prefixo PR-AFA, que caiu e matou o candidato à Presidência da República Eduardo Campos e outras seis pessoas na última quarta-feira em Santos (SP). De acordo com a agência, há suspeitas de que o avião tenha sido vendido sem conhecimento da Anac.

Conforme o órgão, em caso de venda ou transferência de proprietário, a Anacdeve ser imediatamente informada, o que não teria ocorrido nesse caso. De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o Cessna pertence à AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. – braço do Grupo Andrade, companhia do ramo sucroenergético cuja sede está localizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.
A Anac reitera que a aeronave estava com a Inspeção Anual de Manutenção (IAM) e o Certificado de Aeronavegabilidade válidos. Fabricada em 2010 nos Estados Unidos, ela tinha uma configuração para nove passageiros e possuía o gravador de voz (Cockpit Voice Recorder – CVR) instalado.
"A aeronave era de propriedade da Cessna Finance Export Corporation e era operada pela empresa privada AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. por meio de arrendamento operacional (leasing). A Anac informa que solicitou apoio da PF para localização do operador a fim de verificar informações sobre eventual venda da aeronave, ainda não comunicada à Agência", ressaltou o órgão.
De uso privado, o avião não poderia ser arrendado ou alugado para outra empresa ou candidato – no caso, Eduardo Campos. É o que estipula o RAB, que controla todas as 14 mil aeronaves registradas no país. O professor Georges Ferreira, especialista em Direito Aeronáutico na faculdade de Ciências Aeronáuticas de Goiás, adverte que ele só poderia ser emprestado:
– Um avião privado não pode servir de táxi aéreo nem para transporte remunerado e de carga. Ele é para uso do dono ou empréstimo, não remunerado. Ou a AF Andrade o emprestou ao candidato Campos, ou o avião estava em situação ilegal, e os donos vão responder por isso perante a lei.

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