sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Coluna do João Alberto: Histórias de Eduardo Campos


Publicado em 15/08/2014 às 10h23
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Eduardo Campos – Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press
Por João Alberto
Eu falava com Eduardo Campos pelo telefone pelo menos duas vezes por semana, em busca de notícias, sempre cedo, pois ele costumava chegar ao palácio antes das 7h. Não raramente, ele me ligava para dar algum “furo”. E brincava: “Sou ou não sou seu melhor informante?”.
Uma coisa que os amigos mais chegados conheciam bem: nos momentos de descontração, costumava fazer imitação de pessoas. Lula, Fernando Henrique Cardoso, Dilma Rousseff e Miguel Arraes eram os preferidos. Além disso, ele tinha um estoque imenso de casos engraçados que costumava contar.
Fiz algumas viagens de jatinho com Eduardo Campos: ele costumava sentar na cadeira de trás, de frente para o piloto, para poder conversar durante os deslocamentos. Gostava muito de dirigir. Em muitos momentos, especialmente quando estava com a família, abria mão do carro oficial para ir dirigindo o carro particular.
Eduardo Campos - Crédito: Aloísio Moreira/Divulgação
Eduardo Campos – Crédito: Aloísio Moreira/Divulgação
Eduardo tinha alergia a crustáceos e me contou que, uma vez, quase morria quando comeu um, na fazenda do seu sogro, o médico Cyro de Andrade Lima. Ele gostava de muitos cantores, mas de dois especialmente: Maciel Melo, que sempre chamava para eventos na sua casa, e Reginaldo Rossi, cuja morte o abalou muito.
Algumas vezes, ele me revelou que via no filho José seu herdeiro político, pois era o que mais gostava de acompanhá-lo em eventos, sempre muito atento. Foi um pai presente, tanto que sempre fazia questão de, pessoalmente, encapar os livros escolares dos filhos. E acompanhava o andamento acadêmico deles, inclusive ajudando nas tarefas. Somente um evento muito importante fazia com que ele não fosse a uma festa nas escolas dos garotos.
Em recente conversa, quando perguntei pela campanha, foi claro: “João Alberto, você sabe que eu sou seu grande amigo e a amigos como você, não posso dar conselhos ruins. Pode apostar o que quiser que eu serei o próximo presidente do Brasil.”
Eduardo via, no filho José, o seu herdeiro político - Crédito: Alexandre Severo/Divulgação
Eduardo via, no filho José, o seu herdeiro político – Crédito: Alexandre Severo/Divulgação
Uma das poucas “derrotas” familiares que teve foi quando o filho José, conquistado por Ariano Suassuna, deixou de torcer pelo Náutico para virar rubro-negro. Chegou a pedir a Lula para falar com o garoto, mas ele também não conseguiu fazê-lo desistir da mudança.
Ettore Labanca era um dos seus maiores amigos. Um dia, ele me ligou feliz para contar: “Sabe o que fiz com nosso Ettore? Chamei ele para ir a uma reunião às sete da manhã…”. Ettore detesta acordar cedo e, ontem, me revelou que perdeu os dois maiores amigos que teve na vida: Carlos Wilson e Eduardo Campos.
Renata e Eduardo Campos - Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press
Renata e Eduardo Campos – Crédito: Nando Chiappetta/DP/D.A Press
Eduardo adorava dançar, especialmente forró. Sempre que estava em uma festa e o dancing era aberto, ele chamava Renata para dançar e brincava: “Sou um pé de valsa…”. Teve uma participação decisiva para evitar brigas na decisão da Copa do Brasil, ganha pelo Sport diante do Corinthians. E foi para o jogo com Ariano Suassuna. No dia seguinte,  à vitória do rubro-negro, me ligou: “Nunca pensei que um dia fosse torcer pelo Sport. E confesso que gostei…”. Gostava de jogar futebol. Duas vezes o vi em campo, em festas de comemoração do seu aniversário, quando era deputado e reunia amigos em casas de eventos.
Enviado pelo amigo Angelo Albanez
Fonte :Coluna de João Alberto do DP.

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