Presidenciável Eduardo Campos (PSB) disse que a reforma tributária esperada pelo Brasil não aconteceu porque a presidente Dilma Rousseff (PT) não permitiu; em sabatina no portal G1, o socialista afirmou que ela preferiu, em vez disso, "atender a pedidos de balcão"; Campos voltou a dizer que uma de suas metas, caso eleito, é promover a simplificação do sistema tributário, reduzir a taxação de investimentos, melhorar o sistema tributário, ampliar a transparência das instituições e melhorar o pacto federativo
Pernambuco 247 - O presidenciável Eduardo Campos (PSB) disse que a reforma tributária esperada pelo Brasil não aconteceu porque a presidente Dilma Rousseff (PT) assim não permitiu. Segundo o socialista, ela preferiu "atender a pedidos de balcão" sem nem sequer tentar implantar a reforma tributária. Ele também voltou a afirmar que irá implantar o passe livre para estudantes de todo o país mediante a criação de um fundo onde estados e municípios entrariam com uma contrapartida de 10%.
Campos, que nesta segunda-feira (11) participou de uma sabatina realizada pelo G1, voltou a dizer que uma de suas metas, caso eleito, é promover a simplificação do sistema tributário, reduzir a taxação de investimentos, melhorar a justiça tributária, ampliar a transparência das instituições e melhorar o pacto federativo, repartindo as receitas entre os governos federal, estaduais e municipais.
Segundo Campos, os governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esboçaram tentativas de realizar uma reforma tributária, apesar de não terem obtido sucesso ao longo de seus mandatos. Ele também voltou a defender a independência do Banco Central e a criação de um Conselho de Responsabilidade, capaz de reduzir os juros e normalizar o câmbio criando um ambiente de confiança.
Campos também defendeu a existência de projetos necessários ao desenvolvimento regional, especialmente no Nordeste. "O Nordeste brasileiro tem que ser compreendido não como problema, mas como solução", disse. Ele ressaltou os investimentos em infraestrutura como essenciais para o desenvolvimento e criticou o "abandono" de grandes projetos, como a transposição do Rio São Francisco.
O ex-governador de Pernambuco também comentou a situação do tio, Marcos Arraes de Alencar, que ocupa um cargo em uma das diretorias da Hemobrás (Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia), em Pernambuco. "Quando saímos do governo, ele não tomou posição de sair. Mas eu discordo dessa postura", observou.
Campos também defendeu o fato da sua mãe, Ana Arraes, ocupar uma cadeira como ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), desde 2011.O presidenciável diz que isso "não é um problema" porque quando ela se aposentar, em 2015, ela "nem terá condições de ver as primeiras contas do nosso primeiro mandato".
Sobre o passe livre, Campos voltou a afirmar esta diretriz é um compromisso que ele tem com a educação. "Assumimos o compromisso com o passe livre porque o compromisso com o passe livre é um compromisso com a educação. O passe livre já é dado para quem tem mais de 60 anos. Vamos criar um fundo nacional. Os municípios e estados que têm transporte coletivo se candidatam. Vai ter uma contrapartida de 10% dos estados e municípios para esse fundo", declarou.
Em relação a sucessão estadual, Campos acusou o senador e candidato a governador Armando Monteiro Neto (PTB), que estava na base do governo estadual até o início deste ano, der não ter votado de acordo com os conceitos da Frente Popular que o ajudaram a vencer a disputa pela vaga no Senado. "Fizemos uma aliança em Pernambuco e quando ele [Armando Monteiro Neto] chegou ao Senado decidiu não votar com as teses da Frente Popular. E, depois que Pernambuco tinha um candidato a presidente já lançado, junto com Marina, ele resolveu apoiar a Dilma (Rousseff). É um direito que ele tem. E nós apoiamos em Pernambuco um candidato que tem afinidades com a Frente Popular", observou.
Campos também minimizou o pouco crescimento nas pesquisas eleitorais. Leia na reportagem da Reuters:
Campos minimiza pouco crescimento nas pesquisas eleitorais
(Reuters) - O candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, minimizou nesta segunda-feira o fato de ainda não ter conseguido atrair parte dos votos que a ex-senadora Marina Silva, vice em sua chapa, obteve nas últimas eleições.
(Reuters) - O candidato à Presidência da República pelo PSB, Eduardo Campos, minimizou nesta segunda-feira o fato de ainda não ter conseguido atrair parte dos votos que a ex-senadora Marina Silva, vice em sua chapa, obteve nas últimas eleições.
Campos disse que "não existe essa coisa de transferência de voto", ao ser questionado se havia uma "frustração" com o seu patamar de preferência do eleitorado.
"Você não tem um voto dentro de uma caixa e leva como se fosse uma mudança, que você arruma a roupa dentro de uma mala e leva. Não é assim", disse o candidato em sabatina organizada pelo site de notícias G1.
Campos ocupa o terceiro lugar nas pesquisas eleitorais recentes, oscilando em torno dos 10 por cento das intenções de voto.
Este é o mesmo patamar ocupado por Marina na mesma época na última corrida presidencial, mas na reta final da campanha de 2010, no entanto, a ex-senadora deu uma arrancada e recebeu quase 20 milhões de votos.
Ao ter fracassado em sua tentativa de criar um partido político para concorrer às eleições deste ano, Marina aliou-se a Campos e ao PSB, sob a expectativa de que pudesse transferir parte dos votos obtidos em 2010 para o socialista.
Durante a entrevista desta segunda, o candidato do PSB afirmou que se eleito, reduzirá o número de ministérios pela metade, proposta semelhante à do segundo colocado nas pesquisas da corrida ao Planalto, o tucano Aécio Neves.
No caso da Petrobras, estatal que é alvo de duas CPIs no Congresso Nacional, Campos disse que pretende levar regras "claras" para a empresa e uma "direção profissionalizada".
"A primeira medida será blindar a Petrobras da interferência política", disse.
O candidato aproveitou para negar, após ser questionado por internauta durante a sabatina, que tenha "mudado de lado", uma vez que até setembro do ano passado o seu partido integrava a base de apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff.
Tanto o candidato como sua vice, aliás, foram ministros na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
ECONOMIA
No âmbito econômico, Campos voltou a defender que haja maior independência do Banco Central e disse que seu governo respeitará o tripé macroeconômico -- câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário.
Ele não poupou críticas à atual condução econômica e afirmou que é necessário haver rigor com as contas públicas.
"Na hora que tivermos um Banco Central independente, um conselho de responsabilidade fiscal do país para garantir o equilíbrio fiscal, o esforço fiscal para trazer a inflação para o centro da meta... os juros vão entrar, por articulação dessas políticas, numa descendente e o câmbio vai para o lugar certo", afirmou.
Campos voltou a prometer que fará, se eleito, uma Reforma Tributária que não onere a produção nem a criação de empregos formais, posicionando-se ainda a favor da taxação de grandes fortunas no país. Tal reforma seria feita, explicou o candidato, de maneira fatiada e aliada a um fundo de transição para evitar impactos às contas da União, de Estados e municípios.
O socialista afirmou ainda que sua equipe estuda uma medida para o fator previdenciário, mecanismo usado no cálculo das aposentadorias dos trabalhadores.
"É preciso um olhar para rever o Fator Previdenciário, sim", disse Campos, acrescentando que até o final da campanha apresentará detalhes sobre as medidas que pretende tomar sobre o assunto.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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