integrantes do Ocupe Estelita param em frente ao edifício de Geraldo Julio

Manifestantes são contra sanção do plano urbanístico para áreas do Centro do Recife
FolhaPE


Multidão se concentrou no bairro da Torre, em frente à residência do prefeito do Recife

Integrantes do movimento Ocupe Estelita e do grupo Direitos Urbanos caminharam em protesto por bairros da área central e da Zona Oeste do Recife na noite desta quinta-feira (7). Eles saíram da praça do Derby por volta das 18h e passaram por ruas como a José Osório e a José Bonifácio. Às 19h30, o grupo se concentrou em frente ao edifício onde mora o prefeito Geraldo Julio, no bairro da Torre. A Polícia Militar estimou que cerca de mil pessoas participaram do ato, enquanto representantes do movimento acreditam em mais de três mil mobilizados. 

Na frente do prédio onde vive o prefeito, os manifestantes gritaram palavras de ordem, fizeram pichações e entoaram "Madeira que Cupim Não Rói", canção que embalou campanhas eleitorais do partido de Geraldo Julio, o PSB. Ovos foram arremessados contra a área do edifício e moradores revidaram também jogando ovos em direção aos protestantes. Pelo menos uma câmera de vídeo do prédio foi danificada. Através de megafones, representantes do Ocupe Estelita solicitaram a compreensão dos demais moradores do prédio e pediram que simpatizantes trouxessem recursos para que o grupo pudesse permanecer acampado, como colchonetes e barracas. 

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Os participantes prometem só sair do local quando a lei que estabelece diretrizes urbanísticas para a área do Cabanga e dos cais José Estelita e de Santa Rita for revogada. Cerca de 100 pessoas permaneceram para passar a madrugada, contando uma estrutura montada com barracas de camping e tenda. A matéria criticada pelo movimento foi aprovada na última segunda-feira (4), em sessão polêmica na Câmara dos Vereadores, e sancionada, na mesma noite, pelo prefeito, direto de São Paulo.

Úrsula Freire/Folha de Pernambuco

Manifestantes se concentraram na praça do Derby

O protesto

A manifestação teve a concentração na praça do Derby, área central do Recife, a partir das 16h. De lá, o grupo seguiu um trajeto não definido, decidido no decorrer da caminhada. O Batalhão de Choque esteve de prontidão, com cerca de 80 policiais militares a pé e motorizados, para acompanhar o protesto. O trânsito na avenida Agamenon Magalhães, nos dois sentidos, foi bloqueado, mas já foi liberado. O fluxo de carros foi interrompido de acordo com o caminho da manifestação.

Os participantes pediram a saída de Geraldo Julio, além do estabelecimento de uma mesa de negociação entre o Ocupe Estelita, a Câmara de Vereadores, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Prefeitura para a anulação da votação e sanção do projeto de lei. 

Os manifestantes também pediram o cumprimento da recomendação do MPPE, que havia encaminhado à presidência da Câmara um ofício informando sobre a ação civil pública que pedia a devolução do projeto para a Prefeitura. A ação foi ajuizada no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na última quinta-feira (30), mas não teve posicionamento da presidência da Casa de José Mariano.

Wilson Maranhão/Folha de Pernambuco

Participantes do ato passaram pela rua Joaquim Nabuco

Outro ato

Na terça-feira (5), os manifestantes percorreram algumas das principais vias do Centro - como as avenidas Conde da Boa Vista e a Dantas Barreto -, complicando o trânsito nas áreas afetadas. O grupo de cerca de 500 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, seguiu para o Cais José Estelita. Com o terreno do cais ocupado pelo Batalhão de Choque, os manifestantes ocuparam o salão de eventos do Shopping RioMar, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. O grupo estendeu faixas do movimento e atraiu a atenção dos consumidores. A direção do centro comercial considerou o ato pacífico e não houve conflito.