Ela supera a tataravó Victoria e se torna a soberana que usou por mais tempo a milenar coroa britânica, ícone universal da monarquia
O Reino Unidos ainda se recuperava da Segunda Guerra Mundial e Winston Churchill era o primeiro-ministro quando Elizabeth II ascendeu ao trono britânico, aos 25 anos. Passados 63 anos, sete meses e dois dias desde a morte do rei George IV, a filha supera hoje o recorde da tataravó Victoria e se torna a monarca com o reinado mais longo da história britânica. Próxima de completar 90 anos, em abril de 2016, ela testemunhou fatos históricos e um vertiginoso desenvolvimento tecnológico. Apesar da idade avançada, a rainha não dá sinais de que pretenda abdicar em favor do primogênito, o príncipe Charles, 66.
Apesar da importância da marca, autoridades britânicas optaram por celebrar a conquista de forma modesta. Segundo o jornal The Telegraph, o primeiro-ministro David Cameron deve agradecer os anos de serviços prestados pela monarca à nação. Ela participará na abertura de uma nova ferrovia na Escócia, onde fará breve menção a uma “vida memorável”, e passará o resto do dia no Castelo de Balmoral. Fontes próximas à família real relataram à imprensa que o marco pode ser encarado com certa melancolia pela rainha, pois a ascensão ao trono a lembra da morte do pai, aos 56 anos, vítima de trombose.
Sem saber o que o destino havia preparado para ela, no aniversário de 21 anos Elizabeth prometera dedicar “toda a vida, curta ou longa”, aos súditos. Quatro anos mais tarde, começaria a jornada como chefe de Estado e líder da Commonwealth, a comunidade britânica. A jovem rainha conduziu o império em meio às tensões da Guerra Fria e da descolonização, da queda do Muro de Berlim e do fim da União Soviética. Descrita como modesta, porém firme, a rainha é conhecida pelo apreço às tradições e pela dedicação ao serviço real.
Segundo pesquisas elaboradas pela consultoria YouGov, 40% dos britânicos com idade superior a 60 anos — a geração que pôde acompanhar o longo reinado de Elizabeth II — acreditam que a soberana tornou mais popular a monarquia mais famosa do mundo. Nos últimos anos, o apoio à instituição tem oscilado entre 70% e 80%. Apesar da aprovação popular, porém, poucos acreditam que seu nome batizará uma era, como foi o caso da rainha Victória. Para 43% dos britânicos, Elizabeth II não realizou grandes feitos, mas agiu de forma pragmática para resguardar o prestígio da coroa.
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