terça-feira, 5 de abril de 2011

A GLOBO MAIS UMA VEZ EM DEFESA DO QUE NÃO PRESTA

Globo defende Bolsonaro – Qual o significado?
Em “O Globo” desta segunda, dia 4 de abril, o colunista Ricardo Noblat parte em defesa do deputado federal Jair Bolsonaro, ameaçado de cassação por suas declarações racistas. Ao melhor estilo do PIG (Partido da Imprensa Golpista), Noblat ergue, em sua coluna, um verdadeiro monumento ao sofisma.

O Sr. Ricardo Noblat aborda a questão como se a atitude do sr. Bolsonaro tivesse se restringido à homofobia. Embora seja absurdo discriminar alguém por sua opção sexual, não é por essa razão que o Sr. Bolsonaro precisa ser punido pela Câmara dos Deputados.

Porque a homofobia foi saída estúpida e “esperta” de Bolsonaro para tentar descaracterizar o ato de racismo que praticou.

A cantora Preta Gil perguntou-lhe o que faria se o filho dele, Bolsonaro, se apaixonasse por uma negra.

E foi diante disso que Bolsonaro teve sua explosão racista.

Não sou — e não somos, os 20 deputados que representamos contra Bolsonaro — “a patrulha estridente do politicamente correto”, “opressiva, autoritária, antidemocrática” que, “em nome da liberdade, da igualdade e da tolerância, recorta a liberdade, afirma a desigualdade e incita a intolerância”.
Dizer que alguém tem o direito de agir de forma racista e não ser punido não é “patrulhar”. É defender a Constituição brasileira – aquela mesma que o Sr. Bolsonaro jurou cumprir e respeitar, ao tomar posse. Lá está escrito, em seu art.5º, inciso LXII, textualmente:


“a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”

E a lei, a 8081/90, diz, específicamente:


ART. 20 – Praticar, induzir ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação ou preconceito de raça, cor, religião, etnia ou procedência nacional . Pena: reclusão de 2 a 5 anos.

O que fez o Sr. Jair Bolsonaro no programa CQC?

Ele tem o direito de ser contra cotas, contra gays e pode até ter um pensamento racista. Direito dele. Pode até expender estas opiniões, lamentáveis e desumanas, em diálogos privados. Mas não pode praticar atos racistas nos meios de comunicação. Está na lei.

Um deputado não pode praticar o que a lei proíbe, e foi isso que o sr. Bolsonaro fez. Se o colunista Noblat acha que a lei antirracismo é fascista – e achar isso é um direito democrático – que o diga, claramente.

Agora, se não é isso que pensa e se está mal-informado sobre a representação por quebra de decoro parlamentar que fizemos ingressar na Câmara – neste caso, o texto está aqui para ser lido – não pode chamar de fascistas, ainda que do “bem”, os que pedem o cumprimento da Constituição e da lei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário