domingo, 24 de abril de 2011

SAÚDE NA REGIÃO METROPOLITANA. SÃO LOURENÇO TAMBÉM ESTÁ NESSA ONDA.

O NETV da última segunda-feira (18) mostrou que muitas mulheres que deram à luz na Maternidade da Encruzilhada estavam em cadeiras. Outras estavam em leitos improvisados, junto com os filhos recém-nascidos, perto dos pacientes, lixo hospitalar e roupa suja. Nesta terça-feira (19), foi realizada uma reunião emergencial na Secretaria Estadual de Saúde para discutir o assunto, com representantes de seis prefeituras da Região Metropolitana do Recife.

"O saldo da reunião foi positivo. Houve um reconhecimento de que nos últimos anos houve fechamentos importantes de leitos obstétricos na Região Metropolitana, como também houve reconhecimento de que há uma grande carência de recursos humanos na área específica materno-infantil. Dezenas de maternidades municipais, do interior do Estado, não conseguem completar sua escala de plantão. Então estão abertas mas não estão fazendo os partos necessários porque não conseguem a equipe completa. Isso é um fenômeno nacional, a não "procura pela especialidade de obstetrícia e neonatologia. Essa crise agudizou-se com o fechamento de uma maternidade de Olinda, algumas de Jaboatão, o Petronila Campos, em São Lourenço da Mata. Houve reconhecimento da necessidade de reabertura de leitos municipais", afirmou o secretário de Saúde de Pernambuco, Antônio Carlos Figueira (foto).

Sobre o resultado prático da reunião, o secretário detalhou: "Até segunda-feira, estaremos abrindo 29 leitos na maternidade Jaboatão-Prazeres. A secretária de Saúde de São Lourenço da Mata se comprometeu de, até o final de junho, abrir uma maternidade com 40 leitos. Camabargibe ampliará em 10 leitos até o final de junho. E a Prefeitura de Jaboatão vai nos apresentar até o final do mês o projeto da maternidade municipal de alto risco, de referência, com 40 leitos. Além disso, o secretário municipal do Recife se comprometeu em apresentar um projeto para ampliar em 20 leitos a Maternidade Bandeira Filho".

A Maternidade da Encruzilhada, também chamada de Cisam, pertence à Universidade de Pernambuco. Das cinco salas de parto, apenas duas estavam funcionando nesta segunda-feira (18). Os médicos contaram que, às vezes, a única solução era fazer o parto no corredor, na frente das outras pessoas. As marcas ficavam no chão. Nas unidades de cuidados intermediários, mais superlotação. Elas têm capacidade para receber 15 bebês. Mas nelas estavam 29 crianças, algumas em berços improvisados. Para os profissionais de saúde, a situação é um sofrimento diário.

Nesta terça-feira, o que se via lá era o movimento de sempre. A reportagem não teve autorização para entrar, apenas na recepção.

MATERNIDADES FECHADAS
Entre as maternidades citadas pelo secretário de Saúde que estão com problemas, está a Brites de Albuquerque, em Olinda. Em reforma, o atendimento foi suspenso. As obras começaram no dia 1º de novembro do ano passado e deveriam ter terminado em março deste ano, mas houve atraso e a maternidade continua fechada. A Prefeitura afirma que a reforma só deve ocorrer em outubro.

A comerciante Tereza Milena Santiago mora em Olinda, mas a sua filha vai nascer no Recife. "Moro em Olinda, mas faz meses que a maternidade Brites de Albuquerque está fechada para reforma. Não sei que reforma é esta que não termina", falou a comerciante.

Outra reforma que também está atrasada é a da Maternidade Petronila Campos, em São Lourenço da Mata. A cidade tem quase 100 mil habitantes. As obras que durariam quatro meses não terminaram, complicando ainda mais a situação de quem depende do serviço. O novo prazo dado pela Prefeitura para o fim da reforça é no fim deste semestre.

Em Jaboatão dos Guararapes a situação também não é diferente. Na Maternidade Rita Barradas não houve reforma. A Prefeitura simplesmente demoliu a maternidade há cinco anos e não construiu outra. Apenas firmou um convênio com o Hospital Memorial Jaboatão, que disponibiliza 40 leitos para gestantes. Entretanto, o número é insuficiente para o município com quase 600 mil habitantes.

"Faz tempo que fechou. Tem gente que passa mal e não tem para onde ir. Acaba indo para Camaragibe", falou a estudante Uélima Géssica.

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