DEPOIMENTO INFORMAL DO GAROTO ACUSADO DE PILOTAR MÁQUINA QUE MATOU GRAZIELLY, DE 3 ANOS, FOI PRESTADO AO MINISTÉRIO PÚBLICO E ESTÁ PROTEGIDO POR SIGILO PREVISTO NO ECA; TESTEMUNHA DIZ TER VISTO MOMENTO EM QUE A EMBARCAÇÃO ATINGIU A MENINA; DELEGADO MAURÍCIO BARBOSA AGUARDA ESCLARECIMENTOS
Fernando Porfírio – O Ministério Público ouviu nesta sexta-feira (24) o depoimento do garoto (V.A.C.) suspeito de provocar a morte da menina Grazielly Almeida Lames, de 3 anos. A menina foi atropelada por um Jet-ski, na praia de Bertioga no litoral norte de São Paulo. O acidente aconteceu no sábado (18).
O depoimento, de caráter informal, foi prestado à promotora de justiça Rosana Colletta. A promotora não quis dar detalhes, mas alegou que o procedimento é indispensável e está previsto no artigo 179 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O adolescente estava acompanhado dos pais e do advogado. Sabe-se que ele confirmou que estava sim pilotando o jet ski.
Como é menor de 18 anos de idade, o garoto suspeito poderá responder a um ato infracional pela morte de Grazielly, segundo determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
A promotora alegou que o depoimento informal do garoto está protegido por sigilo previsto no ECA. O MP vai aguardar a conclusão do inquérito policial para adotar eventuais medidas na esfera criminal em relação aos pais do menor e outros envolvidos.
Também nesta sexta-feira uma testemunha da morte da menina. A mulher, moradora da Grande São Paulo, disse ter visto quando o Jet-ski empinou e a embarcação, desgovernada, atingiu a menina.
A testemunha estava na praia com a filha de também 3 anos. Ela disse ter visto três pessoas levarem a embarcação até a água. Dois jovens subiram e aceleraram, quando a embarcação empinou, eles caíram e o Jet-ski desgovernado atingiu a menina. A mulher que diz ter presenciado o caso foi levada à delegacia pelo advogado dos pais da menina.
Na quinta-feira, o advogado da família do suspeito, Maurimar Bosco Chiasso, afirmou que, por conta do assédio da imprensa e por segurança, o garoto não tinha condições de depor na polícia.
Segundo o delegado Maurício Barbosa Júnior, que conduz o inquérito, a defesa se comprometeu a encaminhar os familiares até a delegacia, apesar de eles morarem em outro município.
O advogado da família de Grazielly, José Beraldo, afirmou que a tese da defesa é de homicídio com dolo eventual da parte do responsável legal do adolescente e da pessoa que consentiu que ele pegasse o jet ski.
Para Beraldo, o jovem teve autorização do proprietário do equipamento para levá-lo até o mar. Para ele, houve ainda omissão de socorro. Há uma suspeita que o adolescente tenha deixado o local de helicóptero. A polícia, no entanto, acredita que ele tenha fugido de carro.
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