SÉRIE ENTREVISTAS 2012- PUBLICADA EM 20.02.12
Patrícia Peregrino, professora de História do Brasil na FUNESO há 22 anos. Pós - graduada em História do Nordeste, canceriana, nascida na cidade de Olinda, mas com raízes profundas na cidade de São Lourenço da Mata. Trabalha ativamente para a melhoria da educação superior em São Lourenço da Mata, desde 1998, quando integrou o grupo de fundadores da Fundação de Ensino superior de São Lourenço da Mata, depois na Associação de Ensino Superior de São Lourenço da Mata, Instituição que implantou o PROGRAPE em nossa cidade como associada e há três anos coordena cursos de Pós - graduação em História do Brasil Contemporâneo e Psicopedagogia – Clínica e Institucional através do Centro de Educação Madre Teresa/FUNESO, localizado no Parque Capibaribe, em São Lourenço da Mata.
Blog M.D – Professora, qual a sua relação com a cidade de São Lourenço da Mata?
Profª Patrícia:
Meu pai, o qual eu sempre tive muita afinidade. Aliás, meu avô e seu pai, assim por diante. Minhas raízes datam de muito mais de 200 anos aqui na cidade. Também estudei na escola do professor Crescêncio de Goes (onde hoje se localiza o colégio Hermínio Moreira). Lembro-me que na época as dificuldades eram enormes para o professor Crescêncio manter sua escola funcionando. Passa-se na minha memória, como se fosse hoje, as inúmeras vezes em que ajudei a retirar água da escola... Era um homem admirável... eram tempos muito bons... De muita dificuldade, mas de lembranças muito boas.
Blog do M.D – Então a senhora precisou sair de São Lourenço da Mata para continuar seus estudos?
Profª Patrícia:
Não... Na verdade nós morávamos em Olinda onde pude concluir meus estudos na FUNESO e em seguida assumi a cadeira de História do Brasil... até os dias de hoje...
BMD – E quando foi que a senhora retornou a São Lourenço da Mata?
Profª Patrícia – Nunca deixei de estar em São Lourenço da Mata, desde que nasci. Finais de semana e férias eram sempre aqui na casa da minha avó (mãe de meu pai) no alto da igreja, inclusive morei e estudei em São Lourenço. Pude começar a me aprofundar mais nas questões da educação em nossa cidade no ano de 1998 quando viemos implantar, sob a direção do professor Magno a primeira instituição de ensino superior aqui na cidade.
BMD – Quais as razões levaram a senhora e seu grupo, querer implantar na cidade uma faculdade?
Profº Patrícia – Quando chegamos a São Lourenço da Mata para desenvolvermos o projeto, Magno, com quem sou casada há 27 anos, fez um documento que fazia parte dos projetos dos cursos que seriam implantados, chamado de “carta consulta”. Lembro-me que na época, pude observar que apenas 20% dos professores que estavam em sala de aula tinham graduação. Fiquei estarrecida. Era com absoluta certeza o pior índice da região metropolitana. Como eu poderia ficar indiferente a isso? Qualquer pessoa de bom senso abraçaria a questão como nós fizemos. Infelizmente, apesar de muita luta, o projeto não foi implantado pelo poder municipal que geria o município na época.
BMD - Mas qual seria a real razão do projeto não ter dado certo na época?
Profª Patrícia – Bem... ( sorrisos) Este é um problema da qual só poderia abordar com mais tempo... O que posso dizer é que depois de todos os atropelos ocorridos, finalmente entre os anos de 2000/2001 conseguimos implantar, através da Associação de Ensino Superior de SLM – ASSESUP o PROGRAPE e então pudemos mudar substancialmente aquela complicada situação. Mas o mais importante é que conseguimos realizar o trabalho e hoje a educação de São Lourenço da Mata nada em “outras praias”: conta com professores e gestores qualificados e as crianças e a sociedade, de modo geral, agradecem. Por isso sinto-me extremamente feliz em participar, de forma efetiva, desta parte da história da educação em nossa cidade.
BMD – Hoje a senhora apresenta seu nome como pré candidata a vereadora em São Lourenço da Mata. O que a senhora espera com essa atitude?
Profª Patrícia. – É verdade. Apresento meu nome como pré candidata, mas sabendo das enormes dificuldades que terei em fazer um quantitativo de votos que me faça ser eleita... Sou filiada e vice presidente do PCdoB em São Lourenço. Já há muitos anos trabalho na base da Deputada Luciana Santos e tenho uma grande sintonia com as convicções do partido. Por uma questão de respeito as leis eleitorais não possível expor nada neste momento...
BMD – Sou sabedor de que a senhora defende a realização de debates públicos entre os candidatos (durante a campanha, claro) a prefeitura de São Lourenço da Mata. Qual a razão, se culturalmente essas práticas não são realizadas me nossa cidade?
Profª Patrícia. – No momento em que o embate é público e o candidato expõe seus objetivos no, digamos assim, “cara a cara”, depois de assumir a cadeira de prefeito, fica mais difícil de o eleito se furtar a realizar as suas promessas de campanha. Ao mesmo tempo, a população poderá exigir o cumprimento das promessas ou o afastamento do eleito, caso não atenda a suas expectativas.
BMD – Para finalizar, a senhora não acha que essa ação é um tanto quando radical?
Profª Patrícia – Vivemos uma democracia plena. Plena nos direitos dos cidadãos e das autoridades. E uma autoridade constituída não está acima das leis, assim como qualquer cidadão. Então, democraticamente, o mesmo cidadão que elege, também depõe. Quando o povo tiver a noção do poder que tem, as coisas melhorarão muito para todos...
Nenhum comentário:
Postar um comentário