quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Lula e Palocci são os novos alvos de Valério

Condenado a mais de 40 anos de prisão por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, Marcos Valério encaminhou ao Supremo Tribunal Federal, por meio do advogado Marcelo Leonardo, um pedido de delação premiada, para, assim, reduzir suas penas. Valério também quer ser incluído no sistema de proteção a testemunhas, pois alega sofrer risco de ser assassinado. De acordo com a reportagem de Fausto Macedo e Felipe Recondo, Valério teria mencionado outras remessas que fez ao exterior, além do pagamento ao publicitário Duda Mendonça, recentemente absolvido pelo Supremo Tribunal Federal.
Ao saber que a reportagem seria publicada, o advogado Marcelo Leonardo reagiu com indignação. "Se essa matéria for publicada e o meu cliente for assassinado, terei que dizer que ele foi assassinado por causa dessa matéria", disse o criminalista aos repórteres do Estadão. Outro advogado, José Roberto Batochio, que representa Antonio Palocci, contestou a menção ao nome do seu cliente, qualificando as afirmações de Valério como "insanidade derivante de um estado psicológico diante da situação que ele vive".
O pedido de proteção, bem como o de delação, serão analisados pelo ministro Joaquim Barbosa, assim que ele retornar do seu tratamento de saúde na Alemanha, onde se submete a uma terapia contra dores na coluna. De acordo com o advogado, Valério não tem mais o que acrescentar à Ação Penal 470, já finalizada, mas pode agregar informações a outros eventuais inquéritos.
O ex-presidente Lula e o ex-ministro Palocci não são réus na Ação Penal 470 e caberá ao Ministério Público avaliar se as informações prestadas pelo empresário são suficientes para a abertura de um novo inquérito. Roberto Gurgel, no entanto, avisa que isso não ocorrerá neste momento. "Enquanto esse julgamento não terminar, não examino nada", disse ele aos jornalistas do Estadão.

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