quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Muita discussão à frente do PT no Recife

Após o término das eleições em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, na qual terminou em quarto lugar, o presidente estadual do PT, Pedro Eugênio, lidera o processo de tentativa de repactuação dentro da legenda. Assim como o dirigente, outros dois correligionários defendem a manutenção da aliança com o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e são contra a expulsão do prefeito João da Costa do Partido dos Trabalhadores: o secretário de Transportes do Estado, Isaltino Nascimento, e o vereador Luiz Eustáquio.
Por outro lado, o candidato derrotado no pleito deste ano, o senador Humberto Costa, da corrente Construindo Um Novo Brasil (CNB), ao lado do seu coordenador financeiro nesta campanha, Dilson Peixoto, e do vereador Jurandir Liberal, é a favor do rompimento com o PSB e da expulsão do prefeito. Juntos com eles estão o ex-chefe do Executivo municipal, João Paulo, da tendência Articulação de Esquerda, e os vereadores não reeleitos Josenildo Sinésio e Múcio Magalhães.
A discussão sobre a permanência do alinhamento entre petistas e socialistas ganhou corpo nesta eleição e os dois partidos vivem uma relação estremecida na capital pernambucana após o PSB ter lançado candidatura própria, cravando nos adversários o sentimento de “traição”, já que ambos os partidos são aliados históricos.
Perante a instável relação entre as siglas, dois nomes que têm trâmite em ambos os lados (PT e PSB) se dispuseram a intermediar as negociações. O primeiro, escalado por Eduardo Campos, foi o secretário estadual de Transportes, Isaltino Nascimento. O petista também foi líder do governo na Assembleia Legislativa (Alepe). O segundo foi o vice de Geraldo Júlio, Luciano Siqueira (PC do B), que também ocupou o mesmo cargo na gestão do ex-prefeito João Paulo (PT) – 2001 a 2009. Apesar das tentativas, até o momento não existe consenso sobre qual rumo tomar.
Outro fator que será foco de intensos debates entre os petistas é a situação do prefeito, João da Costa (PT), dentro da sigla, que não apoiou o senador Humberto Costa neste pleito e acabou sendo acusado por este de ter ficado ao lado do candidato socialista Geraldo Julio. O gestor teve sua candidatura impugnada pela Executiva Nacional em junho deste ano. Na época, membros da cúpula nacional argumentaram que o clima na legenda estava insustentável durante o processo de prévias disputado entre o atual gestor e o então deputado federal Maurício Rands, que obteve apoio do congressista e do seu vice nesta eleição, João Paulo, principal desafeto político de João da Costa.
Sendo assim, a Executiva decidiu apresentar um terceiro nome, o de Humberto Costa, para aumentar as chances de vitória da sigla nas eleições e estabelecer um consenso intrapartidário – algo que não aconteceu. Porém, o atual prefeito decidiu não apoiar abertamente o seu partido durante a campanha. Consequentemente, tanto o senador como o ex-prefeito desejam a saída de João da Costa do PT.
Além de discutir a relação com o PSB e a permanência ou não de João da Costa nas fileiras do partido, o PT também fará uma avaliação de todos os fatores que levaram a legenda a perder o comando da capital pernambucana após 12 anos no poder. EA reunião está marcada para o início de dezembro e pelo visto haverá muito o que debater.

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