Colunista aponta apagões constantes e
infraestrutura precária dos aeroportos como falhas deixadas pela
ministra da Casa Civil que se tornou presidente
Colunista da Folha, Eliane
Cantanhêde argumenta que a presidente Dilma Rousseff recebeu uma herança
maldita, mas não pode apontá-la, uma vez que ela parte de áreas sobre
as quais a própria Dilma foi responsável, enquanto ministra. Leia:
Que herança é essa?
BRASÍLIA - Um apagão atrás do outro, ora
apagando a capital da República, ora jogando no escuro não apenas um ou
dois Estados, mas todos os Estados da região Nordeste, com milhões de
prejudicados.
A nova presidente da Petrobras convivendo com prejuízos
imensos e admitindo que as metas da gestão anterior eram faraônicas
-logo, furadas- e obrigada a botar os pés no chão, a rever tudo e a
trabalhar com a realidade, não com fanfarronices.
Agora essa notícia de que o governo teme falta de
combustível até o fim do ano. Se ele teme, imagina nós! Era só o que nos
faltava.
Essas notícias já são de amargar e se tornam
particularmente constrangedoras por serem justamente da área que rendeu a
fama de competência e de boa gerente a Dilma Rousseff e a catapultou à
condição de presidenciável no governo Lula. Ela era ministra de Minas e
Energia, antes de nomeada para a Casa Civil.
Agora, o Banco do Brasil na boca do povo por causa do
mensalão e a ordem do ministro Joaquim Barbosa para apurar tráfico de
influência, nada mais, nada menos, no Banco Central no governo Lula.
E os apagões e vexames não param aí. A lista é grande e só
faz crescer no fim do ano, com a bagunça e o desrespeito do setor aéreo
com os usuários, os cancelamentos, atrasos, as taxas absurdas de
remarcação, agora a cobrança até pela escolha de assentos. Sem falar na
segurança...
A violência também está fora de controle. O Estado mais
crítico, uma calamidade, é São Paulo, mas está praticamente impossível
conversar por mais que 20 minutos com alguém sem que o assunto não
descambe para furtos, roubos, estupros, mortes.
Assim como a Regina Duarte, que foi do medo ao PT ao
encantamento por Dilma, o país está muito satisfeito com sua primeira
presidente mulher. Mas Dilma não tem como lavar as mãos e explicar tudo
como "herança maldita", tal como fazia Lula. Só se for a herança da "mãe
do PAC" para ela própria.
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