
Empresas do grupo Eucatex, da família do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), teriam feito operações para transferir patrimônio e, assim, evitar o pagamento de indenizações em caso de futuras condenações contra Maluf, que é apontado como autor de desvios na Prefeitura de São Paulo; decisão judicial atende a pedido do Ministério Público de São Paulo, e pode ser alterada caso a empresa demonstre que o bloqueio poderá levá-la à quebra
SP 247 - O grupo Eucatex, da família do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP), teve bloqueados R$ 520 milhões em bens pela Justiça de São Paulo nesta quarta-feira. A decisão atende a pedido do Ministério Público de São Paulo, que apurou indícios de uma operação para transferir patrimônio de empresas do grupo e, assim, evitar o pagamento de indenizações em caso de futuras condenações de Maluf.
Decisão da 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo diz que o requerimento do Ministério Público mostra a "possibilidade de defraudação do patrimônio" da Eucatex. A decisão, contudo, pode ser alterada caso a empresa demonstre que o bloqueio poderá levá-la à quebra.
Vice-presidente da Eucatex, José Antônio Goulart de Carvalho já havia se manifetado sobre o assunto quando a denúncia surgiu, no mês passado. Ele disse que a transferência do patrimônio da empresa para a ECTX ocorreu porque a nova companhia será a protagonista de um novo modelo de gestão.
Em julho do ano passado, a Eucatex transferiu R$ 320 milhões para a ECTX. Em maio e outubro, a empresa informou, em comunicados de 'fato relevante' ao mercado, que havia iniciado um "processo de reorganização acionária" para transferir seu acervo.
Processos
A Eucatex e a família Maluf são réus em processo no qual a Promotoria pede a devolução de US$ 153 milhões (o equivalente a R$ 308 milhões) que teriam sido desviados da Prefeitura de São Paulo. Há ainda uma ação na Corte de Justiça da ilha de Jersey envolvendo devolução de dinheiro por parte da família do deputado.
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