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A madrugada foi de agonia para os pacientes da maior emergência pública do Estado. Um curto circuito na sala de hemodinâmica do Hospital da Restauração causou correria e muitos transtornos. Segundo os acompanhantes, a fumaça se alastrou pelos dutos e atingiu as alas da emergência do hospital. Para minimizar os riscos de intoxicação, os pacientes da ala amarela estão provisoriamente na antiga emergência pediátrica.
Na correria, muitos foram para o lado de fora do hospital. Chovia às duas e meia da manhã. “Muita gente levou chuva. Foi tumulto no hospital porque a fumaça saia do ar condicionado”, conta Jeane Gomes, que acompanha o pai, internado no hospital para tratamento de câncer. Os acompanhantes na recepção receberam orientação para ficarem juntos aos pacientes. Por causa do incidente a visita das 11 horas da manhã desta quarta-feira foi suspensa.
Curto circuito ocorreu de madrugada e causou transtornos no HR
O drama de Jeane, no entanto, não diminuiu depois de debelada a cortina de fumaça que se espalhou nas alas da emergência do hospital. O pai dela voltou para área vermelha, mas em condições que ela já reclamou à direção. “O que mais me angustia é ver meu pai numa maca, sem proteção e tendo convulsões”, disse aflita.
Em nota à imprensa, a direção do Hospital da Restauração disse que o setor de engenharia e Corpo de Bombeiros estão tomando as medidas cabíveis. A empresa responsável pelo equipamento fez o conserto e a limpeza dos dutos de ventilação. A previsão é de que até o final da tarde desta quarta-feira o problema seja solucionado.
Curto circuito em instalação elétrica do HR é recorrente
Não é a primeira vez que curto circuito provoca tumulto no Hospital da Restauração. Em dezembro do ano passado, a ouvidoria da Aduseps testemunhou uma situação semelhante. Além do episódio de curto circuito em ar condicionado, muitos queixavam do serviço de climatização, ineficiente para uma unidade hospitalar. Os equipamentos não vêm funcionando bem e as instalações elétricas dão sinais de colapso.
Ofícios foram encaminhados à direção do hospital, Secretaria Estadual de Saúde e ao Ministério Público de Pernambuco. A denúncia remetia aos problemas dos aparelhos de ar condicionado da UTI. De acordo com o documento, a falta de conservação fazia com que os equipamentos não funcionassem bem e sem a devida refrigeração havia ameaça de proliferação de bactérias. A Aduseps cobrava o conserto imediato ou troca do sistema de refrigeração da UTI de adulto respeitando os padrões exigidos pela APEVISA – Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária.
Ofício encaminhado em dezembro cobrava providência no sistema de refrigeração da UTI do HR
No dia 15 de janeiro o Gestor de Engenharia e Manutenção do Hospital da Restauração, Marcelo Villaça Carvalho do Nascimento respondeu ao ofício. No texto ele diz que foi uma situação pontual e momentânea de falha de uma das centrais que compõe o sistema de climatização da UTI. O problema deveu-se à quebra de um conjunto de ventilação juntamente com a queima de um compressor, o que acarretou o desconforto. Ainda segundo a nota, os componentes foram substituídos no tempo hábil de 12 dias. A nota conclui que os equipamentos da UTI são antigos, possuem baixo rendimento e confiabilidade e, portanto, houve solicitação para substituição por equipamentos mais modernos.
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