domingo, 18 de janeiro de 2015

Nocaute na OAB


O presidente da Assembleia, Guilherme Uchoa (PDT), pôs uma saia justa no presidente da Ordem dos Advogados de Pernambuco, Pedro Henrique, ao mostrar, com documentos, que percebe salário maior do que os deputados na condição de procurador do Estado sem trabalhar.

Este é o estilo Uchoa. Na política, segue à risca a regrinha básica do futebol, de que a melhor defesa é o ataque. Do ponto de vista ético, deixou Henrique numa situação bastante desconfortável. Mostrou que ganha do Estado R$ 27 mil, R$ 2 mil a mais que um deputado, sem bater ponto na Procuradoria, mas no seu escritório particular.
A lei garante a Henrique, a partir do momento em que foi eleito presidente da OAB, a continuar embolsando seu salário de procurador sem dar expediente. Mas, eticamente, o presidente estaria impedido, igualmente, de advogar em seu escritório particular, um dos maiores e mais estruturados do Estado.
“Entendo e imagino que o presidente da OAB esteve prestando algum tipo de serviço ao Estado, na condição de procurador. Mas fiquei surpreso que ele recebe R$ 27.071 por mês, com direito a ter um grande escritório de advocacia particular. E não sobre tempo para justificar ao Estado o salário que recebe”, disse Uchoa.
E acrescentou: “Em dezembro, ele recebeu cerca de R$ 8 mil a mais que um deputado. Um trabalhador passa 25 meses para receber um salário de deputado e 35 meses o de Pedro Henrique. Ele ganha muito mais que um deputado”, atacou o presidente da Assembleia.
Uchoa, em tom debochado, foi mais além: “Pelo que eu saiba, nos últimos dois anos, não tem uma audiência em nome do Estado e nenhum parecer assinado por Pedro Henrique. Isso é justo? É constitucional? É moral? É legal? Agora, Pedro Henrique é nível 4 na Procuradoria. A Assembleia fará um pedido ao governador para promovê-lo pelos irrelevantes serviços prestados”.
Pedro Henrique, que até então se apresentava como o arauto da moralidade, foi, na verdade, nocauteado.

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