Márcio Didier
Editor do Blog da Folha
Após não ter demonstrado força para tirar de Guilherme Uchoa (PDT) da presidência da Assembleia Legislativa, apesar de ter uma bancada que ocupa quase um terço das cadeiras do Legislativo estadual (15 deputados), o PSB esbarra num novo imbróglio: uma disputa, ou melhor, uma confusão interna para a definição do futuro primeiro-secretário, segundo cargo mais importante da Alepe, que detém a chave do cofre da Casa de Joaquim Nabuco, um orçamento maior do que a maioria dos municípios pernambucanos.

Depois de trabalhar intensamente para ocupar a função, o deputado estadual Diogo Moraes (PSB), apesar de ter reunido a assinatura de nove integrantes da bancada favoráveis à sua postulação, esbarrou no Palácio do Campo das Princesas, que quer ver Waldemar Borges (PSB) no cargo.
Diogo foi um dos que mais fortemente trabalharam na legenda em favor da recondução de Guilherme Uchoa à presidência, sempre de olho na primeira secretaria. Faz parte do PSB uchoísta, e isso teria pesado contra a sua postulação. Seria dar poder demais ao presidente da Alepe, que atropelou o PSB para conquistar o seu quinto mandato.
A solução mais uma vez passou a ser Waldemar Borges, o parlamentar que o governador Paulo Câmara indicou, ao anunciar o seu secretariado, como o homem do Palácio das Princesas no Parlamento.
Mas desde que foi preterido na disputa pela presidência o parlamentar se tornou arredio quando a conversa é eleição na Mesa. Tanto que saiu de férias e só retornou nessa terça-feira (27), quando o seu nome começou a circular com força para a primeira secretaria.
Ou seja, o PSB mais uma vez está envolvido em uma disputa interna. Cada um com os seus interesses e o tempo jogando contra. No entanto, como diz o ditado, “quem tudo quer, tudo perde”. Os impasses internos levaram o PSB a perder o passo na disputa à presidência da Casa, levando de Guilherme Uchoa a promover o by pass mais anunciado da história.
E se não definir logo o nome da primeira secretaria, o risco é que alguém identifique um espaço vago e o ocupe. Candidatos não faltam. Eriberto Medeiros (PTC), por exemplo, tem bom trânsito na Casa e já foi citado por vários parlamentares como o nome certo para a função. Há informações de que ele já trabalha internamente na Casa para conquistar o cargo.
Portanto, se o PSB ficar marcando ponto, corre o risco, ainda que distante, de ficar sem nada. Logo ele, o partido com o maior número de parlamentares. Esse cenário é difícil de ocorrer, mas não impossível.