A Executiva municipal do PSB do Cabo de Santo Agostinho tomou uma decisão um tanto inusitada, após reunir-se, na manhã desta sexta-feira (6). O colegiado decidiu que fará oposição ao governo do prefeito Vado da Farmácia. O curioso é que o gestor é integrante do partido. Entre os motivos para a tomada de decisão, o “caos” na cidade e a citação de falta de apoio por parte de Vado a candidatos a deputados pelo PSB nas últimas eleições.

De acordo com o Capítulo X do Estatuto do PSB, os filiados devem seguir e respeitar as decisões dos órgãos partidários, sob pena de incorrer em infidelidade partidária. Além de declarar oposição, a Executiva ainda decidiu que os filiados que ocupam cargos na gestão municipal os entreguem e que os dois vereadores da legenda – Abel Neto e Gessé Valério – devem seguir a orientação da sigla nas votações importantes da Câmara. Segundo a decisão do grupo, Neto deverá deixar a liderança do Governo na Casa.
Para o secretário-geral do partido, Luis Alves de Lima, o PSB não pode compactuar com o caos e o abandono. Já o secretário-executivo de Finanças, Paulo Farias, foi enfático ao afirmar que o prefeito, em 2014, declarou apoio ao candidato do PTB ao Governo do Estado e ao PT ao candidato ao Senado. Nesta mesma eleição, segundo a Executiva, Vado da Farmácia não teria apoiado qualquer candidato a deputado pelo PSB.
“Vado governa de costas pra população. A cidade está abandonada e ele governa em cima de um trio elétrico. Falta medicamentos e médicos nas unidades de saúde. A Cidade chafurda e o prefeito só faz festas. Além do mais, vem fazendo um governo sob inúmeras denúncias de corrupção e de enriquecimento ilícito. Não dá para o PSB compactuar com esse caos”, afirmou Paulo Farias.
Os membros da Executiva votaram por unanimidade pelo rompimento e o PSB vai cobrar dos filiados que sigam a decisão do Partido. Os dois vereadores foram convidados para a reunião, mas apenas Gessé compareceu.