Polícia Federal prende Cesare Battisti em SP; italiano será deportado

Ele foi condenado à prisão perpétua na Itália por matar quatro pessoas em 1970

O ex-ativista italiano Cesare Battisti foi preso na tarde desta quinta-feira (12/3), em São Paulo. A Polícia Federal cumpriu o mandado em Embu das Artes (SP). O italiano, condenado à prisão perpétua na Itália por matar quatro pessoas em 1970, crimes pelos quais se declara inocente, será deportado. 
A decisão é da 20ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Battisti, que mora no Brasil desde 2004, permanecerá na Superintendência Regional da PF em São Paulo até a deportação. 

Na sentença, divulgada na última terça-feira (3/3), a juíza Adverci Mendes de Abreu explicou porque ordenou a prisão. "Trata-se de um estrangeiro em situação irregular no Brasil e que, por ser um criminoso condenado em seu país por crime doloso, não tem direito a permanecer". A magistrada assinalou que Battisti deve ser deportado para o México ou França, países pelos quais passou depois de fugir da Itália e antes de chegar ao Brasil.

Lançamento do livro 'Ao pé do muro' de Cesare Battisti

Fuga
Após três décadas fugindo da justiça italiana, Battisti foi preso no Rio de Janeiro em 2007 e permaneceu quatro anos detido em Brasília. A situação do italiano interessou ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, no último dia de seu mandato, em 31 de dezembro de 2010, negou à Itália o pedido de extradição.

Ele foi libertado em junho de 2011, horas depois que o STF rejeitou o pedido de extradição da Itália. Nesse mesmo ano, o Conselho Nacional de Imigração concedeu a ele uma permissão de residência permanente no Brasil. 

No tempo em que esteve preso, o ex-ativista se dedicou a escrever livros autobiográficos, atividade praticada atualmente.