Deputado repudiou as declarações de Jayme Asfora sobre o Estatuto da Família (Foto: Jorge Farias/Folha de Pernambuco)


O presidente estadual do PR e deputado federal Anderson Ferreira reagiu, nesta sexta-feira (5), às declarações do secretário de Juventude do Recife, Jayme Asfora (PMDB). De acordo com o parlamentar, o peemedebista deveria se preocupar com o seu trabalho na pasta e que quem está “jogando para a plateia” é ele. Asfora tinha utilizado a mesma frase, em entrevista à Rádio Folha FM 96,7, na quinta (4), ao criticar o projeto de lei sobre a criação do Estatuto da Família de autoria do parlamentar.

Ferreira comentou que estava “chocado” com as declarações de Asfora. “O que ele está fazendo pelos jovens do Recife nesse governo de Gerado Julio? Qual a preocupação que ele está tendo? Deveria se preocupar com isso, em vez de se preocupar em defender a bandeira LGBT. Eu acho que cada qual defende a bandeira que quer. Se ele tem simpatia por bandeira LGBT, então que defenda. Agora vim dizer que a família brasileira, o cenário que a gente vive hoje, é jogar pra plateia, é brincadeira”, disparou Anderson, em entrevista ao Blog da Folha.
O parlamentar também disse que Asfora, que é advogado por formação e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco (OAB-PE), deveria “conhecer mais a Constituição”. O peemedebista tinha afirmado que o Supremo Tribunal Federal introduziu na Constituição em 2011 o conceito de família homoafetiva junto com a heteroafetiva.
“Não é verdade. Isso é falácia. O Supremo julgou, em maio de 2011, uma Ação Direta de
Inconstitucionalidade, não foi uma emenda constituicional. Ele, como parlamentar que é, tem que saber que a Constituição é soberana e só quem altera a Constituição é o Congresso Nacional”, disse.
“Consta no artigo 226, parágrafo 3º, que para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar a sua conversão em casamento. Os próprios programas sociais do Governo Federal estão baseados nisso, tanto que o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida só inscrevem casais de homem e mulher”, completou o deputado.
Em contraponto à “onda conservadora” que assola o Brasil, dito por Asfora, Ferreira argumentou que existe uma campanha exacerbada de destruição familiar.
“Os efeitos já são alarmantes. Para se ter ideia, há uma média de 15,52 óbitos de mulheres por dia no País. O número de divórcios cresceu de 242 mil para 325 mil de 2010 a 2013. Além disso, há um avanço absurdo no consumo de drogas e houve um aumento de 53,4% de homicídios de jovens. Defender a pauta LGBT é sim jogar para a plateia, querendo ampliar o nicho eleitoral, já que Jayme pretende se reeleger vereador do Recife ano que vem”, criticou.