Não importa de que facção política
ou de partido você faça parte, mas não poderá deixar de reconhecer que,
lamentável e infelizmente, já ouviu e/ou viu algo sobre a “bagunça” que assola
o Brasil, seus Estados e seus municípios. Corrupção é a palavra de ordem.
Até discordo, mas há pessoas que digam que um dos grandes inconvenientes
de morar neste País é sentir vergonha ao
abrir o jornal e ler matérias endeusando um presidente que saiu como um dos governantes
mais corruptos do Brasil e deixando no seu lugar uma sucessora que não deixa
nada a dever ao seu “padrinho”; saber que existe – de verdade – uma parcela do
povo recebendo uma miserável esmola para continuar sendo enganada e assim
continuar votando em quem está por aí querendo se perpetuar no poder. Pior:
saber que o mesmo povo que critica os “bandidos” que “tiram sangue dos ossos
deste País”, continua votando nos mesmos candidatos que, em pouco tempo, deixam
de ser políticos e passam a ser profissionais da política.
Mais triste ainda, é sentir vergonha
de ver hospitais abandonados e neles ver um pai
se humilhando pedindo para que seu filho seja atendido, pois os governos, de
todos os níveis, insistem em dizer que foram eles foram reformados e que neles têm
vários médicos e aparelhos de última geração para cuidar da saúde de quem
precisa, mas a criança morre por falta de atendimento médico, de leito e de
remédios. Enquanto isso, um politico é levado a um hospital particular, tratado
como um “Deus”, e, pasmem, com despesas pagas por nós, idiotas. E as salas de
aulas aos pedaços? Ou quando você cai de carro num buraco, que não devia
estar ali, mas está, porque a camada de asfalto contratada e paga com o nosso
dinheiro foi, na realidade, embolsada pela máfia do asfalto, pelos
administradores, e o que foi utilizado não passou de 1/5 do licitado? E a falta
de moradia, a sujeira, em todos os sentidos? Vergonhoso.
Aliás, no mundo político quase tudo é vergonhoso e imoral. Coitada da nossa
“Pátria amada”, onde os corruptos continuam no poder porque uma parcela do povo
brasileiro não quer enxergar a verdadeira face dos que ela elegeu varias
eleições e depois vai para as ruas gritar com indignação contra os caras que
colocaram no poder. Não, não é um paradoxo. É o “DNA” do povo brasileiro. Nem
adianta falar nos demais segmentos governamentais – segurança, garantias,
salários, desemprego, inflação etc. Mais vergonha.
Infelizmente, a verdade tem
sido muito cruel.
Para quem acredita em milagres, lembraria que há uma passagem
bíblica que pode levá-lo a realidade dos fatos, embora em tempos diferentes: no
meio de uma grande tempestade, mar furioso, Pedro e os demais Apóstolos estavam
num barco de pesca. Jesus estava em terra, observando a situação fora de
controle e, por isso, dirigiu-se para o barco andando sobre as águas. Os
apóstolos, quando viram aquele “vulto” flutuando, ficaram temerosos e
indagaram, uns aos outros, quem seria “aquele”. Jesus então lhes falou, “sou Eu”.
Todos duvidaram e Pedro perguntou: “Se és Tu Mestre, faz-me chegar até Ti”.
Em seguida, saltou do barco e começou a andar sobre as águas em direção a
Jesus, mas enquanto caminhava, ia afundando. O Senhor então foi até ele,
segurou-o pelas mãos e disse-lhe: “Pedro, você precisa aprender o caminho das
pedras...”
Mas qual a
correlação disso com a vida pessoal de qualquer um, no caso, brasileiro? “Simples.”
Isso quer dizer que os brasileiros estão vivendo um momento conturbado e a
pedra, sim, uma daquelas que o Senhor falou para Pedro, esteve, está e deverá
estar, sempre, no caminho daqueles que se aproveitam da inocência do eleitor e
da lealdade dos amigos visando, apenas, o proveito próprio. E o mais deprimente:
alicerçados na hipocrisia, na mentira, no engodo, na mistificação, na
inexistência de caráter, eles, os políticos profissionais – sim, aqueles que se
alimentam do poder e esquecem que são piores do que insetos – se utilizam de
“artimanhas” nada convencionais para produzirem a sua riqueza pessoal. (E
desonesta, claro.) E o caminho das pedras é a forma mais coerente de se
expressar a realidade e a diferença que existe entre as opostas situações: a
decência do eleitor em acreditar num político e este, que não tem índole, não
passar de um “ser” desprezível, literalmente.
E por que a Pedra – e seus “significados”? O que tem ela
a ver com os caminhos a serem trilhados pelas pessoas boas ou más? Trata-se de
um assunto muito profundo, mas vou tentar explicar, com simplicidade.
A pessoa distraída (ou por estar fugindo da verdade)
geralmente tropeça nela... Por quê? Um violento projetou-a; o homem do campo,
cansado, usa-a como assento; as crianças brincam com ela; Drummond poetizou-a;
David usou-a para matar Golias; e Miguel Angelo (ou Michelangelo: pintor,
arquiteto, desenhista, poeta e escultor) fez com elas as mais belas esculturas.
Acontece que, em todos esses
exemplos, é necessário e importante deixar bem claro que a diferença não está
na pedra, mas sim no tipo de certos “homens” para os quais não há adjetivos
para qualificá-los: um dia eles encontrarão em seu caminho a sua pedra,
provavelmente “venenosa” e que poderá mutilá-los... E aí será o início do seu
fim. E alguns desses “homens” já encontraram a pedra no seu caminho. Amém!
*Marco
Albanez é Advogado
e jornalista
Cabra bom da peste. Parabens.
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