segunda-feira, 29 de junho de 2015

ARTIGO: HAVERÁ SEMPRE UMA PEDRA NO CAMINHO... POR MARCOS ALBANEZ

                                                                                                                       
Marco Albanez* 

        Não importa de que facção política ou de partido você faça parte, mas não poderá deixar de reconhecer que, lamentável e infelizmente, já ouviu e/ou viu algo sobre a “bagunça” que assola o Brasil, seus Estados e seus municípios. Corrupção é a palavra de ordem.


Até discordo, mas há pessoas que digam que um dos grandes inconvenientes de morar  neste País é sentir vergonha ao abrir o jornal e ler matérias endeusando um presidente que saiu como um dos governantes mais corruptos do Brasil e deixando no seu lugar uma sucessora que não deixa nada a dever ao seu “padrinho”; saber que existe – de verdade – uma parcela do povo recebendo uma miserável esmola para continuar sendo enganada e assim continuar votando em quem está por aí querendo se perpetuar no poder. Pior: saber que o mesmo povo que critica os “bandidos” que “tiram sangue dos ossos deste País”, continua votando nos mesmos candidatos que, em pouco tempo, deixam de ser políticos e passam a ser profissionais da política.

           Mais triste ainda, é sentir vergonha de ver hospitais abandonados e neles ver um pai se humilhando pedindo para que seu filho seja atendido, pois os governos, de todos os níveis, insistem em dizer que foram eles foram reformados e que neles têm vários médicos e aparelhos de última geração para cuidar da saúde de quem precisa, mas a criança morre por falta de atendimento médico, de leito e de remédios. Enquanto isso, um politico é levado a um hospital particular, tratado como um “Deus”, e, pasmem, com despesas pagas por nós, idiotas. E as salas de aulas aos pedaços? Ou quando você cai de carro num buraco, que não devia estar ali, mas está, porque a camada de asfalto contratada e paga com o nosso dinheiro foi, na realidade, embolsada pela máfia do asfalto, pelos administradores, e o que foi utilizado não passou de 1/5 do licitado? E a falta de moradia, a sujeira, em todos os sentidos? Vergonhoso. Aliás, no mundo político quase tudo é vergonhoso e imoral. Coitada da nossa “Pátria amada”, onde os corruptos continuam no poder porque uma parcela do povo brasileiro não quer enxergar a verdadeira face dos que ela elegeu varias eleições e depois vai para as ruas gritar com indignação contra os caras que colocaram no poder. Não, não é um paradoxo. É o “DNA” do povo brasileiro. Nem adianta falar nos demais segmentos governamentais – segurança, garantias, salários, desemprego, inflação etc. Mais vergonha.

            Infelizmente, a verdade tem sido muito cruel.

            Para quem acredita em milagres, lembraria que há uma  passagem bíblica que pode levá-lo a realidade dos fatos, embora em tempos diferentes: no meio de uma grande tempestade, mar furioso, Pedro e os demais Apóstolos estavam num barco de  pesca. Jesus estava em terra, observando a situação fora de controle e, por isso, dirigiu-se para o barco andando sobre as águas.  Os apóstolos,  quando viram aquele “vulto” flutuando, ficaram temerosos e indagaram, uns aos outros, quem seria “aquele”. Jesus então lhes falou, “sou Eu”.  Todos duvidaram e Pedro perguntou: “Se és Tu Mestre,  faz-me chegar até Ti”. Em seguida, saltou do barco e começou a andar sobre as águas em direção a Jesus, mas enquanto  caminhava, ia afundando. O Senhor então foi até ele, segurou-o pelas mãos e disse-lhe: “Pedro, você precisa aprender o caminho das pedras...”

Mas qual a correlação disso com a vida pessoal de qualquer um, no caso, brasileiro? “Simples.” Isso quer dizer que os brasileiros estão vivendo um momento conturbado e a pedra, sim, uma daquelas que o Senhor falou para Pedro, esteve, está e deverá estar, sempre, no caminho daqueles que se aproveitam da inocência do eleitor e da lealdade dos amigos visando, apenas, o proveito próprio. E o mais deprimente: alicerçados na hipocrisia, na mentira, no engodo, na mistificação, na inexistência de caráter, eles, os políticos profissionais – sim, aqueles que se alimentam do poder e esquecem que são piores do que insetos – se utilizam de “artimanhas” nada convencionais para produzirem a sua riqueza pessoal. (E desonesta, claro.) E o caminho das pedras é a forma mais coerente de se expressar a realidade e a diferença que existe entre as opostas situações: a decência do eleitor em acreditar num político e este, que não tem índole, não passar de um “ser” desprezível, literalmente.

            E por que a Pedra – e seus “significados”? O que tem ela a ver com os caminhos a serem trilhados pelas pessoas boas ou más? Trata-se de um assunto muito profundo, mas vou tentar explicar, com simplicidade.

            A pessoa distraída (ou por estar fugindo da verdade) geralmente tropeça nela... Por quê? Um violento projetou-a; o homem do campo, cansado, usa-a como assento; as crianças brincam com ela; Drummond poetizou-a; David usou-a para matar Golias; e Miguel Angelo (ou Michelangelo: pintor, arquiteto, desenhista, poeta e escultor) fez com elas as mais belas esculturas.

            Acontece que, em todos esses exemplos, é necessário e importante deixar bem claro que a diferença não está na pedra, mas sim no tipo de certos “homens” para os quais não há adjetivos para qualificá-los: um dia eles encontrarão em seu caminho a sua pedra, provavelmente “venenosa” e que poderá mutilá-los... E aí será o início do seu fim. E alguns desses “homens” já encontraram a pedra no seu caminho. Amém!
                                                                                                                                 
*Marco Albanez é Advogado e jornalista              

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