PORQUE CORRER O RISCO?
Folha flagrou barco partindo para o Parque das Esculturas com 15 pessoas. Limite é 10

A travessia de barco de cerca e 20 minutos do Marco Zero o Parque das Esculturas, no Bairro do Recife, é um passeio atrativo, principalmente para turistas. No entanto, pode tornarem um cartão de visitas nada agradável. Segundo a Capitania os Portos, responsável pela fiscalização do transporte, as embarcações devem sair com no máximo dez pessoas, sendo ove tripulantes e o condutor. Folha de Pernambuco flagrou um dos 11 barqueiros cadastrados pela Secretaria de Turismo e Lazer do Recife para realizar a atividade partindo do Marco Zero com15 pessoas bordo, todos turistas. Todos em coletes salva-vidas.
Mesmo ciente das recomendações da Capitania dos ortos, o barqueiro Jefferson Barros, 39 anos, disse que cosuma levar mais de dez passageiros a cada viagem. “Sei o que faço. Se não desse para levar, não arriscaria. Tenho nos no ofício e ninguém caiu a água comigo. Não sou irresponsável e todos usam colete”, assegurou Barros, que tua como barqueiro há 20 nos e chega a fazer oito a dez viagens aos domingos.
O barqueiro André Severo, o Dedé”, de 39 anos, diz que cumpre à risca o que a autoridade marítima recomenda. “Vai da consciência de cada um. Transporto, no máximo, seis pessoas porque elas querem atravessar com as bicicletas. Se estiver com criança que tem menos de 12 anos, o colete é obrigatório. Fora isso, mando colocarem. Se descumprirem, aí é responsabilidade deles”, explicou ele, que trabalha há 15 anos na área.
Procurada pela Folha, a Capitania reforçou, em nota, que “todas as providências cabíveis serão tomadas, a fim de coibir práticas irregulares”. Também destacou que “a Capitania dos Portos realiza ações de inspeção naval semanalmente em pontos do litoral pernambucano e em Fernando de Noronha”. Em relação à irregularidade mostrada pela Folha, informou que “não havia inspetores da Marinha no local” no momento, por esse motivo o barqueiro não foi impedido de fazer a travessia.
Sobre o barco flagrado pela Folha, a Capitania afirmou que “será solicitada a presença do trabalhador para os devidos esclarecimentos”. Segundo o órgão, quem descumprir as exigências está passível de multa, suspensão da carteira de habilitação e embarcação apreendida.
PRECAUÇÃO - Mesmo achando o passeio atrativo, a dona de casa Maria Cristina , 52 anos, prefere não arriscar. Em sua avaliação, a atividade, pela forma que é feita, não tem fiscalização. “Acho que é preciso ter algum acidente para, então, as autoridades se mexerem. Enquanto isto não acontecer, está tudo bem”, comentou. O marido dela, o funcionário público Antônio Florêncio, 55, concordou. “Nota-se que eles (os barqueiros) não respeitam o limite de lotação. Entretanto, as pessoas também são irresponsáveis por aceitarem atravessarem sem coletes. Pode ser uma distância mínima até o parque, mas todo cuidado é pouco.”
ESTRUTURA - Em sua defesa, os barqueiros reclamam da falta de infraestrutura e capacitação. “Somos cadastrados, eu sei. Mas, a prefeitura nada faz por nós. Nossa única fonte de renda, que é o barco, está todo danificado. Reconheço que é perigo do andar comele assim, mas se é meu ‘ganha-pão’, o que posso fazer?”, queixou-se André Severo. A viagem, ida e volta, custa R$ 5. Os barqueiros também reivindicam uma reforma emergencial no cais. “Tudo desgastado pela maresia. Até a escada que dá acesso ao barco. Faz medo alguém cair.”
A Secretaria de Turismo e Lazer informou que “entendendo a importância da atividade realizada pelos barqueiros no Bairro do Recife, se preocupa com questões ligadas à segurança, infraestrutura e qualidade no atendimento”. Segundo a pasta, os 11 barcos foram entregues no início de 2013. A secretaria acrescentou que “foram realizadas capacitações, cadastramento, entrega de uniformes e de coletes, além de cursos de primeiros socorros”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário