segunda-feira, 8 de junho de 2015

Marco Albanez: "Falemos do homem". Artigo de hoje: CARÁTER

                                                            
"Sem rodeios, entranhas, prolixidade,... não há dificuldade em identificar um homem que não tem sentimento, pois ele não passa de um lixo humano, sem pudor e, lógico sem caráter."    

 CARÁTER 

Não importa a cor, o sexo... Quando um ser humano nasce, um dos inúmeros sentimentos que o Criador “implanta” em sua mente – ou no seu coração, como queiram –, é o caráter, ainda embrionário, como os demais. Na verdade, ele pode ser uma característica da pessoa. Ou um “significado”, ou até mesmo uma marca, um distintivo. No decorrer da sua trajetória vitalícia, ele tem a opção de usá-lo e/ou utilizá-lo seja para o bem, seja para o mal.



Por questões básicas do cotidiano, falemos do homem.

Na verdade, o caráter faz referência às características morais de uma pessoa, da sua forma de se comportar em relação à ética, ao respeito às pessoas e, principalmente, a sua índole, pois é a firmeza em suas decisões, em suas ações na ética e na moral, que simbolizam a honra de um homem.

O “problema” – será? –, segundo a psicologia, é a definição da personalidade do cidadão. Ou aquele que se diz cidadão. Sua forma de agir, “detonar” os ideais das pessoas, mentir, agradar, trair, ser solidário, enganar etc, é individual. É é ela que resulta numa junção comportamental que, por mais incrível que possa parecer, pode levá-lo a um “mix” de personalidade: bom caráter ou mau-caráter?

No primeiro caso, o homem pauta sua vida e as suas atitudes no modo de agir, no temperamento flexível, no querer o bem às pessoas, na sua determinação positiva, na sua firmeza, na sua coerência, nas suas convicções, enfim, num somatório de virtudes que o leva ao “podium” de homens campões em personalidade ímpar. Um verdadeiro gesto de grandeza e de lição de vida.

Já o mau-caráter tem um perfil emblemático, age como – e é – canalha, destrói sonhos, macula a imagem e denigre a moral de toda e qualquer pessoa que possa lhe causar uma sombra mesmo que ela tenha como objetivo livrá-lo do sol ou “esfriar” o seu espírito satânico. Ao contrário do bom caráter, ele está sempre disposto a encobrir a realidade e sua principal “fonte de vida” é a predominância pela ganância em todos os sentidos, literalmente. Em síntese, são os pecados mortais e capitais que norteiam a sua  miserável e desgraçada vida.

Como se observa, as diferenças entre ambos são, sobretudo, a personalidade e o modo de viver.

Mas, o que dizer daqueles que não tem caráter? Por analogia, no que diz respeito ao comportamento pessoal, são pústulas que convivem – ou sobrevivem? – na escuridão, com a covardia, com a maldade, com a falta de escrúpulos, com as sacanagens, com as mentiras, com as ingratidões, enfim, não enxergam e nem imaginam o que a vida lhes dará como “presente”, muito menos quando, como, onde e o quê. Tanto faz!

O homem sem caráter tem sido motivo de estudo desde o antigo Egito e a Mesopotâmia. É como a Alquimia... A heresia... Enfim, é como se tudo que pensa, sente, faz ou enxerga, fosse como um sentimento inexistente. Ou um “combustível” – físico ou espiritual – que vai de encontro aos ensinamentos Bíblicos. Trata-se de um sentimento empírico, termo que tem origem grega (empeirikos). Ele vive nas nuvens buscando todas as maldades para trazê-las e “presentear” a quem só procura fazer o bem. Não é nada mais, nada menos, que um bandido do mal – com direito a pleonasmo.

No entanto, não ter caráter é mais que motivo para um estudo filosófico ou uma análise social, isto porque toda pessoa desse “quilate” prefere entender apenas o seu sentido de vida – ou a falta dele, como é o caso – no que há de mais pejorativo neste mundo cão em que vivemos.

Sem rodeios, entranhas, prolixidade,... não há dificuldade em identificar um homem que não tem sentimento, pois ele não passa de um lixo humano, sem pudor e, lógico sem caráter.        
                                                                                                                             
*Marco Albanez é advogado e jornalista    

3 comentários:

  1. Parabéns Dr. Marco Albanez. O pior de todos os seres habitantes deste pobre planeta não são os de bom caráter ou de mal caráter... mas os "sem caráter". De tão bisonhos, sequer conseguem forjar um caráter que o identifique. Pontuou na exata medida as personalidades que temos de conviver em nosso dia-adia. De todos o pior: o sem caráter.

    O grande causídico disse o necessário... disse tudo. Parabéns.

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  2. Tocar na ferida de alguém sem dar nomes é o dom de quem sabe escrever. Belo texto.

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  3. Não simpatiso muito com o Dr. Marco Albanez apesar de não ter nada contra ele. Mas justiça se faça ele é o cara. Diz tudo sem atacar ninguem mas a gente entende. E escreve muito bem.

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