EDITORIAL
Para os eternos admiradores do prefeito Ettore Labanca será
uma despedida melancólica e apaixonada. Para os que não acordam com as ações
pouco ortodoxas do futuro ex-prefeito é o começo da definitiva derrocada da família
Labanca no poder que já se estende há décadas nas cercanias da cidade da copa.
A saída antecipada de Labanca trás a baia novos e instigantes
nomes para a liderança do executivo e reacende a briga pela possibilidade de se
ter uma renovação nos quadros políticos e de lideranças no legislativo.
Convocado a assumir a ARPE, agencia reguladora do Estado de
Pernambuco, Labanca abandona seus mais de 29 mil votos em nome de um cargo no
segundo escalão e diz que não será articulador de nada. Há quem acredite nele ou não,
o que absolutamente é aceitável visto a relação de amor e ódio que sempre nutriu com seus eleitores e adversários.
Com mais de 70 anos Ettore Labanca dificilmente retornará a
administração de sua cidade, no entanto deixa seguidores de peso sem os quais
não conseguiria manter suas raízes políticas. Angelo Albanez ou Gino é a mais
fiel transcrição da "fidelidade personificada", perdendo em confiabilidade apenas para seu herdeiro
legítimo, deputado Vinícius Labanca. Porém há de se pensar que o vice prefeito
Gino também é um ser político por essência e que não perderá a oportunidade de
se fazer membro da história do município, ainda podendo ser reconduzido ao
executivo em 2016.
Labanca deixa o governo municipal no momento em que sua administração passa por um dos momentos de
maiores críticas vindas de setores como a imprensa livre e a sociedade civil
organizada, até por que no Legislativo o único vereador que se coloca como
oposição tem figura de pouca objetividade política junto até mesmo a seus eleitores.
Com dezenas de denúncias povoando o Ministério Público da
cidade, sabe-se que dois processos já foram instaurados para apuração do
calçamento da Rua Frei Caneca e um possível superfaturamento na construção de
quadra de areia onde foram gastos 450 mil reais, entre mais de 50 denúncias.
No Legislativo, onde seu apoio é de praticamente 100%, também
existem denuncias graves de nepotismo e sérias ações sobre o fato de nunca se
ter realizado concurso público, razão inclusive de multas aplicadas a seu
antigo gestor e também fiel escudeiro.
O fato é que assim como seu antecessor, Labanca deixa o poder
antecipadamente e desta forma alegra a muitos, entristece a outros tantos mas
vitamina a eleição de 2016 com uma eufórica esperança para os seguidores dos três candidatos de mais força, (Gino Albanez (PSB), Bruno Pereira (PHS) e
Beto do ESPAM(PSDB)) que em seus pensamentos praticamente já estariam eleitos. Como a cadeira é “UNA”
muita água ainda vai rolar por baixo desta ponte.
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