quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Deputados vão pedir afastamento de Cunha da Presidência da Câmara.


BRASÍLIA - Um grupo de deputados de partidos diferentes se reuniram nesta quarta-feira para debater o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara. Eles aguardam a denúncia do Ministério Público Federal contra Cunha para começar recolher assinaturas de parlamentares pelo afastamento imediato do presidente da Câmara.


O Ministério Público Federal vai apresentar denúncia contra Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia a ser apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) tem como base a acusação do empresário Júlio Almeida Camargo, que confessou em juizo ter pago US$ 5 milhões em propina para o deputado. Cunha nega participação nos crimes. Se o STF aceitar a denúncia, o parlamentar passará a ser réu no escândalo de corrupção.


O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) afirmou que, assim que sair a denúncia, o partido irá recolher assinaturas de parlamentares pelo afastamento imediato de Cunha. O deputado reconhece, no entanto, que o pedido não tem valor legal, mas apenas político, já que não há previsão de processo na Câmara para afastamento do cargo.


Ivan Valente afirma que, em uma segunda etapa, se a denúncia for acatada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o PSOL irá protocolar no Conselho de Ética um pedido de cassação de mandato contra Cunha.

O líder do partido, Chico Alencar (RJ), admite que a ação do partido servirá mais no sentido de pressionar Cunha e envolver a sociedade, já que, até o momento, não há mais que “uma dúzia” de deputados que defendem o afastamento.

— Não tem instrumento legal para ele ser afastado, mas vamos analisar a denúncia quando sair e depois tomar medidas. E sabemos que esse Conselho de Ética é mais de estética e proteção do que de ética de fato — disse Chico Alencar.

Além dos quatro integrantes da bancada do PSOL, estavam presentes 4 deputados do PSB: Luiza Erundina, Glauber Braga, Heitor Schuch e Julio Delgado; uma do PPS, Eliziane Gama; um dos PROS, Leônidas Cristino; um dos PSC, o vice-líder do governo Silvio Costa e dois do PT: Henrique Fontana e Alessandro Molon.

Nenhum comentário:

Postar um comentário