sábado, 15 de agosto de 2015

Jornalista André Justino: "Um legado político para ser jogado na lata de lixo da história pernambucana"


Em tempos de redes sociais as notícias voam. E muitos como é de se esperar não se contentam em serem apenas espectadores dos fatos históricos, apressam-se em ser protagonistas de ocasião e emitir as mais variadas opiniões, que são na grande maioria das vezes mais controversas possíveis. É assim com a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, com a crise política que vive o governo Dilma ou com a recente investigação da Policia Federal sobre a construção da Arena Pernambuco. Eu, por opção, não cogito imediatismos, mesmo que assuma uma posição, prefiro a ponderação do aprofundamento dos fatos. O que não é o caso dos primeiros resultados da investigação da PF a respeito da arena, essa já se mostrava desde o início, ainda em 2010, uma tremenda trama de interesses escusos.


Não vou resgatar um histórico sobre o draconiano contrato assinado entre o governo do estado, tendo à frente na época Eduardo Campos e a Odebrecht. Isso o jornalista Giovanni Sandes já fez e com muita competência, depois de ter acompanhado de perto panorama das transações econômicas desta Parceria Público Privada. Aqui, opto por tratar do que é o óbvio para quem acompanha o tema pela imprensa.

A PPP da Arena apresentou-se desde o início como a garantia de que a zona oeste do Grande Recife enfim se desenvolveria. Outras iniciativas com este objetivo já haviam sido tomadas, mas sem êxito, vide Terminal Integrado de Passageiros (TIP), mas desta vez, a Arena Pernambuco e a primeira smartcity, em São Lourenço da Mata, seria a cartada de mestre, um legado que ficaria na história. No entanto, se esta iniciativa seria a prova de que desenvolvimento estaria vinculado ao capital privado, “matando dois coelhos com uma cajadada”, a história revelou que 1 – O capital privado não está preocupado com nada, além do lucro capitalizado pelos seus investimentos; 2 – A relação entre agentes públicos e o capital privado no que se refere à gestão do dinheiro público, não trás beneficio algum para o povo.

Da recusa descarada do governo de Pernambuco para divulgar os custos totais da construção, que hoje orbitam em torno de R$ 750 milhões; passando pela obrigação do governo estadual em cumprir o absurdo contrato de “parceria” com a Odebrecht, que onera o povo pernambucano em aproximadamente R$ 400 mil por mês; o fim da ilusão com a Cidade da Copa, até o descobrimento de fraude na licitação da obra em favor da Odebrecht e o superfaturamento de cerca de R$ 70 milhões em valores atualizados, demonstra que o verdadeiro legado da copa é um prejuízo financeiro e social sem precedentes.

Não exageraram os que afirmaram a todo instante, ainda antes da Copa das Confederações em 2012, com as desapropriações forçadas em Camaragibe e São Lourenço, que aquilo que diziam ser um legado, seria na verdade um deslegado que duraria 35 anos e aquele contrato na verdade seria um pacto draconiano, pago com dinheiro público.

A responsabilização hoje impõe o fim deste contrato, prisão dos juridicamente envolvidos e expurgo social dos que politicamente assimilaram este escândalo. Do lado privado, diretores da Odebrecht, do lado dos agentes públicos, Paulo Câmara, Geraldo Julio, Tadeu Alencar e Ettore Labanca. Estes, junto com o legado de Eduardo Campos, merecem ser jogados na lata do lixo da história pernambucana.

E tem mais. Olho vivo! Esse deslegado deixou um filhote chamado PPP da Compesa.              

2 comentários:

  1. Todos os que foram citados fizeram parte do esquema e lapidaram o dinheiro público, São os gatunos do colarinho branco. Muito bem Justino e parabéns pela coragem. Vergonhoso. Espero que possa ver esses cafajestes algemados.

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  2. Você não vai ver algemado e nem muito tempo no noticiário.Lembra do Zelotes,HSBC

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