Em tempos de redes sociais as notícias voam. E muitos como é
de se esperar não se contentam em serem apenas espectadores dos fatos
históricos, apressam-se em ser protagonistas de ocasião e emitir as mais
variadas opiniões, que são na grande maioria das vezes mais controversas
possíveis. É assim com a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, com a crise
política que vive o governo Dilma ou com a recente investigação da Policia
Federal sobre a construção da Arena Pernambuco. Eu, por opção, não cogito
imediatismos, mesmo que assuma uma posição, prefiro a ponderação do
aprofundamento dos fatos. O que não é o caso dos primeiros resultados da
investigação da PF a respeito da arena, essa já se mostrava desde o início,
ainda em 2010, uma tremenda trama de interesses escusos.
Não vou resgatar um histórico sobre o draconiano contrato
assinado entre o governo do estado, tendo à frente na época Eduardo Campos e a
Odebrecht. Isso o jornalista Giovanni Sandes já fez e com muita competência,
depois de ter acompanhado de perto panorama das transações econômicas desta
Parceria Público Privada. Aqui, opto por tratar do que é o óbvio para quem
acompanha o tema pela imprensa.
A PPP da Arena apresentou-se desde o início como a garantia
de que a zona oeste do Grande Recife enfim se desenvolveria. Outras iniciativas
com este objetivo já haviam sido tomadas, mas sem êxito, vide Terminal
Integrado de Passageiros (TIP), mas desta vez, a Arena Pernambuco e a primeira
smartcity, em São Lourenço da Mata, seria a cartada de mestre, um legado que
ficaria na história. No entanto, se esta iniciativa seria a prova de que
desenvolvimento estaria vinculado ao capital privado, “matando dois coelhos com
uma cajadada”, a história revelou que 1 – O capital privado não está preocupado
com nada, além do lucro capitalizado pelos seus investimentos; 2 – A relação
entre agentes públicos e o capital privado no que se refere à gestão do
dinheiro público, não trás beneficio algum para o povo.
Da recusa descarada do governo de Pernambuco para divulgar
os custos totais da construção, que hoje orbitam em torno de R$ 750 milhões;
passando pela obrigação do governo estadual em cumprir o absurdo contrato de “parceria”
com a Odebrecht, que onera o povo pernambucano em aproximadamente R$ 400 mil
por mês; o fim da ilusão com a Cidade da Copa, até o descobrimento de fraude na
licitação da obra em favor da Odebrecht e o superfaturamento de cerca de R$ 70
milhões em valores atualizados, demonstra que o verdadeiro legado da copa é um
prejuízo financeiro e social sem precedentes.
Não exageraram os que afirmaram a todo instante, ainda antes
da Copa das Confederações em 2012, com as desapropriações forçadas em Camaragibe
e São Lourenço, que aquilo que diziam ser um legado, seria na verdade um
deslegado que duraria 35 anos e aquele contrato na verdade seria um pacto draconiano,
pago com dinheiro público.
A responsabilização hoje impõe o fim deste contrato, prisão
dos juridicamente envolvidos e expurgo social dos que politicamente assimilaram
este escândalo. Do lado privado, diretores da Odebrecht, do lado dos agentes
públicos, Paulo Câmara, Geraldo Julio, Tadeu Alencar e Ettore Labanca. Estes,
junto com o legado de Eduardo Campos, merecem ser jogados na lata do lixo da
história pernambucana.
E tem mais. Olho vivo! Esse deslegado deixou um filhote
chamado PPP da Compesa.
Todos os que foram citados fizeram parte do esquema e lapidaram o dinheiro público, São os gatunos do colarinho branco. Muito bem Justino e parabéns pela coragem. Vergonhoso. Espero que possa ver esses cafajestes algemados.
ResponderExcluirVocê não vai ver algemado e nem muito tempo no noticiário.Lembra do Zelotes,HSBC
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