quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Taxista suspeito de perseguição a motorista do Uber é indiciado em SP

Ele dirigia carro que entrou na contramão e diz que tentava ajudar a vítima. Suspeito foi indiciado por ameaça, injúria, sequestro e lesão corporal.
Um dos taxistas suspeitos de envolvimento na agressão a um motorista do Uber, no último fim de semana, se entregou à polícia nesta quarta-feira (12). Ele prestou depoimento, negou as acusações, mas acabou indiciado por ameaça, injúria, sequestro e lesão corporal.

O motorista do aplicativo Uber foi sequestrado e agredido por um grupo de taxistas na madrugada do último sábado (8), no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo. Os agressores jogaram pedras no carro da vítima, que fugiu a pé e foi perseguida na contramão por um táxi.
O suspeito que se apresentou à polícia diz ser o motorista do táxi, mas negou que estivesse perseguindo a vítima. Durante o depoimento, que durou cerca de três horas, ele negou as acusações e disse estar tentando ajudar o motorista do Uber a fugir dos outros taxistas.
A polícia ainda tenta identificar outras três pessoas que estariam no táxi, onde a vítima diz ter passado 20 minutos até ser deixava na Rua Funchal, também no Itaim Bibi.O taxista pediu ajuda ao Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi antes de se apresentar e o departamento jurídico da organização é quem cuida da defesa do suspeito.
Sequestro
De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 14º Distrito Policial, a vítima foi até a Rua Santa Justina após ser chamada pelo aplicativo, por volta das 3h20 do sábado.
Quando percebeu a presença de cerca de 20 taxistas, tentou dar ré, mas a rua foi fechada pelo grupo, segundo relato dele, que atirou pedras no carro.
O motorista afirma que tentou fugir a pé, mas que foi alcançado por quatro pessoas dentro de um táxi, que mandaram que ele entrasse no veículo, ameaçando a vítima com uma arma de fogo. Dentro do carro, ele teria levado um soco no rosto.
Um vídeo feito por cinegrafista amador mostra o motorista do Uber tentando fugir a pé por uma rua da Zona Sul de São Paulo enquanto é perseguido por um táxi na contramão (veja as imagens abaixo).
O sequestro durou cerca de 20 minutos e o motorista foi deixado na Rua Funchal. A Polícia Militar encontrou o veículo dele às 7h42 do sábado na Rua Clodomiro Amazonas, no Itam Bibi, com o vidro traseiro quebrado e o vidro dianteiro avariado.
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, determinou que a Secretaria dos Transportes inicie o processo de cassação dos alvarás dos taxistas que tiverem sua participação comprovada na agressão ao motorista.
Polêmica
Desde abril, os taxistas de São Paulo tem protestado contra o aplicativo, que utiliza carros particulares para a locomoção de passageiros.
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em 30 de junho, o projeto de lei 349/2014, que proíbe o uso de carros particulares cadastrados em aplicativos para transporte remunerado de pessoas. O projeto tem ainda que passar por segunda votação e ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad (PT).
Taxistas e representantes do aplicativo Uber participaram na segunda-feira (10) de um debate na Câmara sobre mobilidade urbana. Enquanto taxistas apontaram a irregularidade do serviço por causa da falta de licença, membros do Uber alegavam que o aplicativo é uma tecnologia para conectar motoristas a passageiros.
Um estudante de 17 anos foi retirado escoltado do debate depois que indagou se os vereadores que votaram a favor da proibição do aplicativo na capital haviam sido comprados por taxistas.
No início de agosto, deputados estaduais de São Paulo começam a discutir o projeto de lei 1090/2015, que proíbe o uso de carros particulares cadastrados em aplicativos para o transporte remunerado individual nos 645 municípios do estado de São Paulo

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