Crise econômica aumenta oferta de imóveis e diminui aluguel no Recife

Com muitos imóveis para alugar, os preços caíram 20% nas imobiliárias. Para manter o imóvel ocupado, locador tem que oferecer boas condições.

As placas de aluguel se multiplicam pelas ruas do Recife, demonstrando que aumentou o número de imóveis disponíveis no mercado. De acordo com o Sindicado da Habitação dePernambuco (Secovi-PE), a oferta de imóveis na Região Metropolitana do Recife cresceu 37% em comparação com janeiro do ano passado. Com o crescimento da oferta, o preço do aluguel diminuiu, o que faz do momento atual o ideal para proprietários e moradores negociarem.

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Vários fatores explicam esse aumento da oferta de imóveis, mas o principal deles é a crise econômica e financeira pela qual o País está passando. “Diante das dificuldades com a crise, muitos estão indo morar com os pais ou indo para o interior. Por isso, investidores que compraram imóveis imaginando realizar um lucro na revenda destes não estão conseguindo e partem para alugá-los e ofertá-los no mercado”, ressalta Luciano Novaes, presidente do Secovi.

Imobiliária tinha 25 apartamentos para alugar há

dois anos; agora, são mais de cem

(Foto: Reprodução / TV Globo)

Em uma imobiliária na Zona Sul do Recife, existem 108 apartamentos disponíveis. Porém, há dois anos, essa média era 25. Com muitos imóveis para alugar, os preços caíram 20%. Um apartamento de dois ou três quartos, dependendo da localização e do estado de conservação, varia de R$ 1,2 mil a R$ 2 mil. Se o imóvel tiver quatro quartos, o valor médio fica entre R$ 2,5 mil e R$ 10 mil.

Para manter o imóvel ocupado, o locador tem que oferecer boas condições, pois o inquilino está com maior poder de negociação. “Os contratos de 30 meses residenciais que estão vencendo agora atingiram na época o pico de valor. Hoje, na negociação os inquilinos estão conseguindo baixar os valores”, afirma o corretor de imóveis Ricardo Camelo.

Foi o que fez o comerciante Eduardo Pepeu, que conseguiu permanecer no imóvel após uma rápida negociação. “Nós conseguimos manter o valor do aluguel no valor de R$ 1 mil e nos livramos da taxa, que era um imposto da Marinha entre R$ 500 e R$ 600”, conta.