quarta-feira, 29 de junho de 2016

Incompreenssível: Governador Paulo Câmara diz que é contra federalização do Caso Morato

Para ele, transferência de apuração para plano federal não terá vantagem.Paulo Morato era foragido da PF e foi encontrado morto em motel de Olinda.


Governador de Pernambuco, Paulo Câmara: 'Momento exige muita serenidade' (Foto: Reprodução / TV Globo)
Governador de Pernambuco, Paulo Câmara, garantiu, nesta terça-feira (28), confiar no trabalho da Polícia Civil
(Foto: Reprodução / TV Globo)
Após muita polêmica envolvendo a investigação da morte do empresário Paulo César Barros Morato, o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmou, nesta terça-feira (28), ser contrário ao processo de federalização do caso. Para ele, em episódios de transferência de apuração para o plano federal, registrados anteriormente no estado, foi possível apenas chegar a resultados semelhantes aos já obtidos pela Polícia Civil. Morato, que era alvo da Polícia Federal naOperação Turbulência, foi encontrado morto em um quarto de motel em Olinda, no Grande Reife, na quarta-feira (22).

Durante solenidade de lançamento de um programa educacional, na manhã de terça, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo pernambucano,na área central do Recife, Paulo Câmara falou pela primeira vez sobre o caso Morato. Ele foi questionado  a respeito de denúncias feitas por integrantes do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) sobre supostas interferências políticas no processo investigativo.
"Eu tenho confiança no trabalho que a Polícia Civil está fazendo. Esse tabalho tem sido acompanhado pela Polícia Federal também. Eu espero que, ao longo dessa semana, sejam respondidas as dúvidas. Em toda federalização que houve aqui no estado, no final das investigações, se verificou a mesma resposta da Polícia Civil", pontuou o governador.
De acordo com o inquérito da Operação Turbulência, empresas de fachada teriam movimentado mais de R$ 600 milhões. Seriam responsáveis pelo financiamento da campanha do ex-governador Eduardo Campos, em 2010, e pela compra do avião que o transportou durante sua campanha presidencial em 2014 e que caiu em Santos (SP), em agosto daquele ano.
"Estamos dando todo o apoio necessário nesse caso que está tendo uma repercussão muito grande. A gente quer que ela [investigação] seja feita da maneira mais profissional possível", declarou Câmara.
Coletiva da SDS-PE sobre caso Morato (Foto: Bruno Marinho/G1)Coletiva da SDS-PE sobre caso Morato (Foto: Bruno Marinho/G1)
Perícias
Em coletiva realizada na tarde da segunda-feira (27), a Secretaria de Defesa Social alegou uma falha de comunicação para justificar a não realização de uma perícia complementar. No entanto, o governador não acredita que a instituição possa ter errado.
"As investigações ainda estão sendo feitas e a gente espera que na conclusão estejam todos os elementos. Ou seja, há um protocolo na polícias que precisa ser seguido. Ao fim da investigação, espero que saia um resultado conclusivo, um resultado e que não deixe dúvidas", garantiu o governador.
Mesmo com as acusações de que o grupo criminoso investigado pela Polícia Federal possa ter financiando a campanha de Eduardo Campos em 2010, Paulo Câmara nem cogita a possibilidade de o fato prejudicar a campanha dos candidatos pelo PSB este ano. Campos era candidato à presidência da República e liderava o partido quando morreu.
"Não interfere. É importante investigar tudo. Com isso, vai ser mostrada a verdade. Nós temos confiança na investigação, confiança em tudo que Eduardo Campos fez por Pernambuco e toda responsabilidade que ele tinha", garantiu Câmara.
Análise
Nesta terça, a PF  informou que vai começar a análise do material achado com Morato.  A Polícia Civil de Pernambuco entregou aos agentes federais, na segunda-feira (27), cadernos de anotações, envelopes de depósitos bancários, oito pen-drives, três celulares, chaves de imóveis, óculos, relógios, além de  produtos de higiene pessoal.
A PF aguarda ainda o repasse do veículo usado por ele, um Jeep Renegade. O primeiro passo dos federais será realizar uma triagem desse material. A ideia é concentrar os esforços na avaliação dos aparelhos de mídias e eletrônicos (pendrives, anotações e telefones celulares). Todo o restante será devolvido aos familiares de Morato.
Material encontrado com empresário começara a ser periciado pela Polícia Federal (Foto: Divulgação PF)Material encontrado com empresário
começara a ser periciado  (Foto: Divulgação PF)
Oficialmente, a PF informa que acompanhará as investigações que estão sendo feitas pela Polícia Civil de Pernambuco. Aguardará as conclusões das perícias que tentarão apontar as causas da morte do empresário.  A PF admite que poderá entrar nas investigações, caso alguma circunstância aponte vínculos ou tenha ligação com os fatos que estão sendo apurados pela operação Turbulência.
Turbulência
A Operação Turbulência foi desencadeada na terça-feira (21). Tem  como alvo empresas envolvidas na compra do avião usado pelo ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), no dia da tragédia de Santos (SP), em agosto de 2014, que matou a comitiva do presidenciável. 
A Turublência investiga, ainda, ligações com o equema nvestigado pela Operação Lava Jato.

Há a suspeita de que parte do dinheiro movimentado serviu para pagar propina e formar "caixa dois" de empreiteiras. A PF prendeu quatro empresários de Pernambuco e acredita que as empresas, muitas de fachada, teriam movimentado R$ 600 milhões.

Habeas corpus
Dos cinco presos na Operação Turbulência, apenas Apolo Santana Vieira entrou com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal (TRF). Para o advogado do empresário, Ademar Rigueira, não há motivos para seu cliente esperar o andamento das investigações em reclusão.

No momento, o pedido de habeas corpus está em análise do Ministério Público Federal. Segundo o TRF, o documento voltará para o tribunal. A previsão é que ele seja julgado na próxima terça-feira (5), sob o comando do juiz Ivan Lira.
Corpo do empresário Paulo César Morato foi encontrado em motel, em Olinda (Foto: Bruno Marinho/G1)Corpo do empresário Paulo César Morato foi encontrado em motel, em Olinda (Foto: Bruno Marinho/G1)
Polêmica
A investigação da morte de Morato está repleta de polêmicas. Na segunda-feira, as polícias civil, federal e científica descartaram a possibilidade de interferências externas ou de falhas na perícia do quarto onde o empresário foi achado. Durante a manhã desta segunda, o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) cobrou transparências nas investigações alegando que o trabalho dos peritos não foi realizado como deveria.
Em coletiva de imprensa na sede da Secretaria de Defesa Social, o secretário em exercício de Defesa Social, Alexandre Lucena, garantiu que não houve falha na perícia, e sim de comunicação quanto à realização de uma perícia complementar no dia seguinte à morte do empresário. O perito papiloscopista Lauro Macena, que preencheu o documento solicitando continuidade da perícia no dia seguinte, afirmou que avisou verbalmente à delegada sobre tal necessidade.
A delegada Gleide Ângelo explicou que o documento apresentado pelo Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) como uma prova de que foi autorizada uma segunda perícia no motel em Olinda se refere, na verdade, ao procedimento realizado na noite em que o corpo do empresário foi encontrado, mas apresenta a data do dia 23 de junho porque a autorização foi redigida durante a madrugada do dia seguinte. De acordo com  a delegada, o fato de o local do fato estar violado inviabilizou a necessidade de novas perícias.


Não foi só o govenador Paulo Câmara que apresentou, ontem, posição contrária à federalização da apuração, referente à morte de Paulo Cesar Morato. O chefe da Comunicação Social da Polícia Federal, Giovani Santoro, também não julga necessário por enquanto.



 Na leitura de Giovani, é necessário esperar as conclusões que estão sendo feitas pela Polícia Civil. “Porque, se toda essa análise for concluída como morte natural ou até mesmo suicídio, não há porque federalizar esse caso”.
 

Um comentário:

  1. Eu não entendo porque é que esse blog não fala na propina de duzentos mil reais que o ex-prefeito Labanca recebeu de uma empreeteira.Propina pura. De primeira qualidade. Os dias dele estão contados e vai passar o restante da sua velhice na cadeia que é onde merece ficar. Dando uma de santo mas ficando rico com propina. Isso é gatunagem. Crime. Roubo. Kd que o blog não fala nisso?. Estranho!!!

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