Grupo não realizou vistoria por proibição da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. (Foto: Divulgação)
Entidades de Direitos Humanos em Pernambuco foram barradas de realizar inspeção, marcada para esta quarta-feira (27), na penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste do Estado. Os grupos tinham o objetivo de vistoriar as condições humanas, de segurança e infraestrutura dos detentos e agentes penitenciários, principalmente após os episódios de violência registrados no local.

De acordo com a comitiva, composta pelo deputado Edilson Silva, presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, e membros da Defensoria Pública, Pastoral Carcerária, Mecanismo de Combate à Tortura e Conselho Estadual de Direitos Humanos, o diretor da penitenciária teria sido orientado a não permitir a entrada do grupo por questões de segurança. A comissão entrou em contato com secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, que afirmou que a inspeção no local só será feita nesta quinta, pela própria pasta.
“É inadmissível que o secretário Pedro Eurico e o governo Paulo Câmara procedam dessa maneira. Tal postura é uma prática, não exceção. No ano passado, eu e outros deputados estaduais da oposição fomos barrados de entrar no presídio de Itaquitinga, que está com as obras paralisadas e sem nenhum detento dentro. Então não se trata de questão de segurança, mas de manter no escuro uma situação absurda de completa indignidade dos detentos e agentes”, protestou o presidente da Comissão de Cidadania da Assembleia.
“As entidades e o Legislativo foram desrespeitados. Nem mesmo a Defensoria Pública, que tem a prerrogativa funcional de adentrar nas unidades a qualquer momento, foi considerada. Foram seis mortos numa rebelião previsível, já que há 1,9 mil homens estão num local cuja capacidade é de 380″, completou Edilson.