VIDA DURA PARA OS PROPORCIONAIS!

Desgaste com eleitorado, pouco tempo de inserção na TV, falta de recursos, mudanças nas regras eleitorais e dificuldades para se coligar e atingir o coeficiente eleitoral, que chega à casa dos quase 23 mil votos no Recife. A pouco menos de um mês para o início da campanha eleitoral, essas variáveis prometem ser um obstáculo a mais para os aspirantes a um cargo proporcional na Capital do Estado em 2016.
Diante das dificuldades de um cenário político nebuloso, estratégias para aparecer bem na “fita” do eleitorado e se eleger são o grande desafio. Para a disputa, as dificuldades começam desde cedo, na formação das chapas. Nos bastidores, as articulações já se iniciaram. Das mais de 20 siglas que disputarão o pleito, no Recife as consideradas “nanicas”, maiores prejudicadas com tantas mudanças, vêm recorrendo às chapinhas como forma de fugir do chapão.
Apesar de apoiarem, de longe, candidaturas robustas, a exemplo do prefeito Geraldo Julio (PSB), não querem se perder dentro de grandes coligações para favorecer medalhões da política.
Dessa forma, a busca por garimpar lideranças e votos internamente tem sido um trabalho constante nos últimos meses. A meta interna é conquistar número suficiente de simpatizantes, para atingir o coeficiente eleitoral de 23 mil votos válidos.
Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Tempo
Com a minirreforma política, os candidatos também sofrerão com a baixa visibilidade no rádio e na TV. A aposta poderá vir das redes sociais. A reforma também impôs alterações na forma de fazer campanha. Ou seja, além de delimitar as peças publicitárias, restrições quanto à destinação de recursos estão na mira dos órgãos de controle. Financiamento privado é proibido. Logo, a criatividade e a capacidade de se reinventar serão imperativas.
Integrante da bancada de oposição na Câmara, o vereador André Régis (PSDB) avalia que, diante desse contexto, os candidatos terão que mostrar um diferencial. “Mostrar o que trabalhou e o que tem para apresentar para a sociedade depois do mandato. Mostrar à população que, diante de toda crise, ela precisa separar quem é quem. Identificar as diferenças ao que a população está repudiando e a nova maneira de fazer política”. Segundo Régis, o maior obstáculo, no entanto, está na estratégia de comunicação com a saída do programa eleitoral gratuito e a proibição de patrocinar nas redes os vídeos.
O líder da gestão Geraldo Julio (PSB) na Câmara, Gilberto Alves (PSD), corrobora com Régis. Considera que a mudança nas inserções de TV trará prejuízos para quem tem voto de opinião e difuso. “No voto mais localizado não terá tanto problema”. Alves avalia, ainda, que as eleições serão atípicas diante da descrença e encurtamento da campanha. Porém, acredita que quando os assuntos ligados às cidades entrarem em pauta, a tendência é de haver uma maior adesão da população ao debate. “Não vai ter espaço para divagação da política”, pondera.
Para o cientista político Antônio Lucena, em linhas gerais, as novas regras nivelaram os candidatos. “Ou seja, não adianta você ter muito dinheiro, porque você tem tempo restrito de TV”. Segundo ele, o tempo de campanha e as restrições serão alguns dos maiores empecilhos para os pleiteantes. Lucena considera, também, que a prestação de contas semanal trará uma dificuldade adicional.
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