segunda-feira, 18 de julho de 2016

Mudanças nas regras eleitorais tornam eleições para câmaras municipais ainda mais difíceis

VIDA DURA PARA OS PROPORCIONAIS!

Desgaste com eleitorado, pouco tempo de inserção na TV, falta de recursos, mudanças nas regras eleitorais e dificuldades para se coligar e atingir o coeficiente eleitoral, que chega à casa dos quase 23 mil votos no Recife. A pouco menos de um mês para o início da campanha eleitoral, essas variáveis prometem ser um obstáculo a mais para os aspirantes a um cargo proporcional na Capital do Estado em 2016.

Diante das dificuldades de um cenário político nebuloso, estratégias para aparecer bem na “fita” do eleitorado e se eleger são o grande desafio. Para a disputa, as dificuldades começam desde cedo, na formação das chapas. Nos bastidores, as articulações já se iniciaram. Das mais de 20 siglas que disputarão o pleito, no Recife as consideradas “nanicas”, maiores prejudicadas com tantas mudanças, vêm recorrendo às chapinhas como forma de fugir do chapão.
    Apesar de apoiarem, de longe, candidaturas robustas, a exemplo do prefeito Geraldo Julio (PSB), não querem se perder dentro de grandes coligações para favorecer medalhões da política. 
    Dessa forma, a busca por garimpar lideranças e votos internamente tem sido um trabalho constante nos últimos meses. A meta interna é conquistar número suficiente de simpatizantes, para atingir o coeficiente eleitoral de 23 mil votos válidos.


    Arthur Mota/Folha de Pernambuco
    Alves: eleições atípicas, com pouco tempo e descrença
    Tempo

    Com a minirreforma política, os candidatos também sofrerão com a baixa visibilidade no rádio e na TV. A aposta poderá vir das redes sociais. A reforma também impôs alterações na forma de fazer campanha. Ou seja, além de delimitar as peças publicitárias, restrições quanto à destinação de recursos estão na mira dos órgãos de controle. Financiamento privado é proibido. Logo, a criatividade e a capacidade de se reinventar serão imperativas.
    Integrante da bancada de oposição na Câmara, o vereador André Régis (PSDB) avalia que, diante desse contexto, os candidatos terão que mostrar um diferencial. “Mostrar o que trabalhou e o que tem para apresentar para a sociedade depois do mandato. Mostrar à população que, diante de toda crise, ela precisa separar quem é quem. Identificar as diferenças ao que a população está repudiando e a nova maneira de fazer política”. Segundo Régis, o maior obstáculo, no entanto, está na estratégia de comunicação com a saída do programa eleitoral gratuito e a proibição de patrocinar nas redes os vídeos.
    O líder da gestão Geraldo Julio (PSB) na Câmara, Gilberto Al­ves (PSD), corrobora com Régis. Considera que a mudança nas inserções de TV trará prejuízos para quem tem voto de opinião e difuso. “No voto mais localizado não terá tanto problema”. Alves avalia, ainda, que as eleições serão atípicas diante da descrença e encurtamento da campanha. Porém, acredita que quando os assuntos ligados às cidades entrarem em pauta, a tendência é de haver uma maior adesão da população ao debate. “Não vai ter espaço para divagação da política”, pondera.
    Para o cientista político Antônio Lucena, em linhas gerais, as novas regras nivelaram os candidatos. “Ou seja, não adianta você ter muito dinheiro, porque você tem tempo restrito de TV”. Segundo ele, o tempo de campanha e as restrições serão alguns dos maiores empecilhos para os pleiteantes. Lucena considera, também, que a prestação de contas semanal trará uma dificuldade adicional.

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