Rio 247 - Todos os compromissos olímpicos para o meio ambiente assumidos quando o Rio se candidatou para os Jogos de 2016 foram descumpridos. O tratamento do esgoto lançado baía de Guanabara não avançou nem metade do prometido, e lagoa de Jacarepaguá, que margeia o Parque Olímpico, continua com mau cheiro às vésperas do evento.
Dificuldades financeiras, de gestão e até novos critérios justificam o abandono dos compromissos feitos ao COI (Comitê Olímpico Internacional) no Dossiê de Candidatura da Rio-2016. O documento de 614 páginas usava o legado dos Jogos como um dos principais ativos para trazer o evento pela primeira vez para a América do Sul.
O sistema de esgotamento sanitário que vai atender à região da Vila dos Atletas ainda não está pronto. A Cedae promete concluí-lo até 15 de julho. Enquanto isso, os vizinhos do Parque Olímpico ainda despejam o esgoto produzido nas águas da lagoa de Jacarepaguá. Enquanto o saneamento básico não chega a suas casas, mais de 100 mil pessoas de bairros próximos ainda lançarão o esgoto nas lagoas após os Jogos.
Baía de Guanabara
O tratamento do esgoto lançado na baía de Guanabara, local das competições de vela, é também um dos principais símbolos do fracasso do legado ambiental. A Olimpíada foi apontada no documento como uma forma de acelerar o projeto, debatido desde a década de 1990.
O objetivo de limpar 80% do esgoto produzido pelas 9 milhões de pessoas que vivem no entorno da baía não chegou nem à metade, de acordo com publicação do jornal Folha de São Paulo.
Crise
A Secretaria Estadual do Ambiente, responsável pelas ações na baía de Guanabara e lagoa de Jacarepaguá, afirmou que o descumprimento na despoluição dessas áreas foi causada tanto por falta de planejamento como pela crise financeira.
Sobre a lagoa de Jacarepaguá, o Estado afirma que as exigências do Ministério Público Federal fizeram com que o detalhamento do projeto aumentasse o custo da macrodrenagem, orçado inicialmente em R$ 673 milhões.
"A secretaria está fazendo um grande esforço orçamentário, mesmo diante da crise, dando andamento ao detalhamento do projeto executivo para a construção do molhe –estrutura costeira feita por pedras e blocos de concreto– na embocadura do Canal da Joatinga. A intervenção vai possibilitar que a troca se dirija mais para o alto mar, favorecendo a qualidade da água na região", diz a pasta.
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