terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Cartel na Arena de Pernambuco é investigado pelo Cade

Foto: Ana Araújo-Faquini/ Portal da Copa
Foto: Ana Araújo-Faquini/ Portal da Copa


A Arena Pernambuco está entre as obras da Copa do Mundo de 2014 que tornaram-se alvo de investigação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) após acordo de leniência fechado com a Andrade Gutierrez Engenharia S/A e com executivos e ex-executivos da empresa. Desdobramento da Operação Lava Jato, o acordo foi firmado em outubro, após quase um ano de negociação, e revelado nesta segunda-feira (5).


Segundo o Cade, há indícios de que pelo menos cinco licitações de estádios da Copa foram objeto do cartel. Além da Arena Pernambuco, foi citado o Maracanã, no Rio de Janeiro. Nomes de mais duas arenas estão sendo mantidos em sigilo para não atrapalhar as investigações do Ministério Público.

Teriam participado do cartel, além da Andrade Gutierrez, as empresas OAS, Queiroz Galvão, Odebrecht, Camargo Corrêa e Carioca Christiani Nielsen. São apontados pelo menos 25 funcionários e ex-funcionários dessas construtoras. Os contatos entre as empreiteiras teriam começado já em outubro de 2007, quando foi definido que a Copa do Mundo seria no Brasil, e aconteceram por quatro anos, quando os estádios foram decididos.

De acordo com a Andrade Gutierrez, a primeira tentativa de fechar ajustes anticompetitivos foi para o Mineirão, em Belo Horizonte. Esse cartel não chegou a ser implementado devido a uma mudança na modalidade da licitação para Parceria Público-Privada (PPP), fazendo com que as empresas perdessem o interesse.

O Cade frisou ainda que a expectativa era que em São Paulo o escolhido fosse o Morumbi e uma das empresas do cartel chegou a demonstrar interesse na obra, mas o acordo não chegou a virar realidade por causa da opção final pela Arena do Corinthians.

A Andrade Gutierrez afirmou que houve irregularidades, mas sem a sua participação, também nas licitações da Arena Castelão, em Fortaleza; da Arena das Dunas, em Natal; e da Arena Fonte Nova, em Salvador. Esse foi o terceiro firmado com a construtora.

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