O senador Armando Monteiro (PTB) acusou, nesta quarta-feira (22), o
governador Paulo Câmara (PSB) de terceirizar a culpa pelo assalto
cinematográfico à empresa de transporte de valores Brinks, mas propôs uma união
suprapartidária da classe política pernambucana para ajudar a superar a grave
crise da segurança pública local. Em discurso no plenário, o petebista atribuiu
o episódio à omissão do governo estadual na gestão da segurança, o que, segundo
ele, incentiva ações criminosas como o roubo espetacular na Zona Oeste do
Recife.
Salientando não estar fazendo qualquer uso político do que classificou
como dramática situação da segurança, Armando mencionou o professor
pernambucano de Direito Penal Isaac Luna para destacar que a percepção da
fragilidade das instituições de segurança em Pernambuco estimula o criminoso a
ousar cada vez mais. Frisou que, “na ausência do Estado, o crime prospera”.
“Há uma sensação de descontrole ou de ausência de um comando central ao
se alegar uma terceirização de responsabilidades, atribuindo-as à empresa de
transporte de valores e à fiscalização da Polícia Federal e relativizando as
responsabilidades do estado. Esse cenário somente contribui para o aumento da
criminalidade e está deixando o cidadão pernambucano atemorizado e acuado”,
sublinhou o senador pernambucano.
Armando Monteiro disse que o roubo da Brinks engrossa estatísticas de
criminalidade e violência que crescem “de forma assustadora” em Pernambuco,
fenômeno contra o qual “a reação do governo estadual tem sido tímida e débil”.
O senador lembrou que, somente em janeiro último, ocorreram 479 homicídios no
Estado, uma média diária de quase 16 mortes, com um crescimento de 35% sobre o
mesmo mês de 2016. Ele acrescentou terem sido registrados, também em janeiro,
quase 200 assaltos a ônibus, o dobro de janeiro do ano passado.
De acordo com o senador
petebista, em termos absolutos os assassinatos em Pernambuco já superam os de
São Paulo, que tem uma população cinco vezes maior. Declarou que, em termos
relativos, Pernambuco registra uma taxa de homicídios quase 60% maior do que a
média nacional. “O que o governo estadual não admite é haver uma enorme
disparidade das taxas de homicídios entre os estados e que a gestão direta dos
governantes no encaminhamento das soluções pode produzir bons resultados, como
está ocorrendo, por exemplo, em Alagoas, Mato Grosso e São Paulo, que têm
obtido avanços na redução das taxas de criminalidade nos últimos anos”,
enfatizou Armando Monteiro
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