sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Um ano após 1ª carta a Bolsonaro, governadores do NE ainda aguardam respostas

No documento, foram destacados a importância do trabalho conjunto para se superar os altos índices de violência, a reforma da Previdência e o aumento da carga tributária do País
Primeira carta do grupo de governadores eleitos foi encaminhada a Jair Bolsonaro logo após a divulgação do resultado das eleições de 2018 / Fotos: Heudes Regis/SEI
Primeira carta do grupo de governadores eleitos foi encaminhada
 a Jair Bolsonaro logo após a divulgação do resultado das eleições de 2018
A primeira carta dos nove governadores do Nordeste, ao então presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), completa um ano nesta quinta-feira (14). No documento, apresentado durante o Fórum de Governadores do Nordeste, foram destacados a importância do trabalho conjunto para se superar os altos índices de violência, a reforma da Previdência e o aumento da carga tributária do País. Além de citar como prioridade para a região, os programas sociais, os governadores já tinham se colocado contrários à venda da Eletrobrás. Apesar de avaliarem que, de lá para cá, houve poucos avanços nos itens solicitados, o Governo Federal realizou alguns anúncios e parcerias para a região.


  • Em sua primeira viagem ao Nordeste, em maio, Bolsonaro anunciou que o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) receberia um acréscimo de R$ 4 bilhões para este ano. Na questão de segurança pública, o Governo Federal implantou o piloto do programa “Em Frente Brasil”, que em Pernambuco é executado no município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife, e atua contra a criminalidade através de ações integradas das polícias Militar e Civil com apoio das Forças Armadas. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, esteve na cidade no mês passado, para conferir o resultado positivo das ações.

Ainda assim, os governadores do Nordeste ressaltam outros pontos em que não houve o retorno esperado. “O pacto fiscal, enviado somente depois de dez meses de governo, não contempla praticamente nada do que foi exposto pelo grupo na carta. E ainda poderá sofrer novas alterações no Congresso, a depender das negociações para sua aprovação, como já sinalizou o ministro Paulo Guedes”, afirmou o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, ao JC. “Quanto ao pacto federativo, o que os governadores solicitaram foi uma redistribuição da arrecadação, modificando os atuais percentuais, nocivo aos Estados e municípios, que recebem cada vez mais atribuições da União e menos verbas. Entretanto, não foram atendidos”, criticou o socialista.
O governador também relembra, que foi solicitada uma audiência entre todos os gestores do Nordeste e o presidente Bolsonaro. “Em maio, quase seis meses depois de receber a Carta de Teresina, o presidente recebeu o grupo, ouviu as demandas (reafirmadas), mas, até o momento, não tivemos os retornos esperado”, declarou.
Os chefes do executivo, então, decidiram se unir e criaram o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Nordeste. Assim, o grupo consegue articular ações em conjunto em prol do desenvolvimento da região. Para a cientista política e professora da Faculdade Damas, Priscila Lapa, esse modelo de aliança ainda está sendo construído. “É um formato de falar por todos, tirando um pouco do personalismo quando todos assinam as cartas. É uma ação realmente orquestrada, não tem um porta-voz específico. Não sabemos do impacto eleitoral, por exemplo, que ele terá nas disputas municipais”, declarou.
Fonte: JC

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