Áureo Cisneiros, sindicalista demitido pelo governo de Pernambuco
Por Carlos Minuano
O ex-presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis) de Pernambuco e atual coordenador nacional do movimento Policiais Antifascismo, Áureo Cisneiros, foi demitido pelo governador do estado, Paulo Câmara (PSB) em um ato publicado na terça-feira (5/1) na primeira edição deste ano do Diário Oficial local.
A justificativa para a decisão, segundo a publicação, é um processo administrativo disciplinar aberto contra o policial em 2017. De acordo com o Estatuto dos Policiais Civis do Estado de Pernambuco a pena de demissão pode ser aplicada no caso de “contumácia [insistência] na prática de transgressões disciplinares, qualquer que seja a sua natureza”.
Pego de surpresa, Áureo Cisneiros, em entrevista à Ponte, afirma que a decisão do governo de Pernambuco é uma tentativa de intimidação e um ataque à liberdade sindical. O policial, que atualmente ocupa o cargo de diretor de Comunicação e Imprensa do Sinpol (PE), questiona a legalidade da demissão.
“Os processos administrativos que respondo foram por atividades sindicais, por denunciar as péssimas condições de trabalho dos policiais civis, nenhum foi motivado por violação à lei ou transgressões disciplinares”, defende-se Cisneiros.
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O único processo em que o policial não respondeu como sindicalista, conforme aparece em documentos do Sinpol encaminhados à reportagem da Ponte, foi o primeiro, em 2012, quando Cisneiros denunciou a falta de delegados na Zona da Mata Norte de Pernambuco, onde sete delegados teriam faltado ao serviço. O policial foi punido com 30 dias de suspensão.
Cisneiros afirma que a Corregedoria e a própria SDS (Secretaria de Defesa Social) desconhecem as “ilegalidades” que cometeram, e questiona o número de processos administrativos instaurados contra ele. “Não são 21 e sim 17”. Ele também declara não ser verdadeira a informação que o “processo da contumácia” (leia nota no fim da reportagem) se baseia em sete processos — segundo ele são seis.
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