Depois de muito enrolar, ex-governador de São Paulo admite pelo Twitter "disposição" para participar das prévias do PSDB e ser prefeito da capital paulista; as primárias deverão ser remarcadas; pré-candidatos Ricardo Tripoli e José Aníbal batem o pé e querem manter data, em respeito à militância tucana
"Hoje comunicarei por escrito à direção do PSDB de São Paulo minha disposição de disputar a prefeitura de SP", postou, sendo imediatamente retuitado por centenas de pessoas - tucanas ou não. É uma disposição que talvez seja menos dele e mais costurada pelo alto tucanato - por meio de negociações dirigidas pelo próprio governador Geraldo Alckmin e, inclusive, fomentadas pela imprensa - caso de Merval Pereira, que defendeu a Prefeitura de São Paulo como aposentadoria digna para Serra.
Não é novidade para ninguém que o maior sonho acalentado por Serra é ser presidente do País. Derrotado duas vezes em seu objetivo, Serra ainda vislumbrava 2014 como seu ano de redenção. Mas não só seu grande companheiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, já havia considerado Aécio Neves como candidato ideal do PSDB para as próximas eleições presidenciais, como grande parte das lideranças tucanas do País não vê em Serra o carisma necessário para concorrer e ganhar o passe para o Planalto.
"Sempre fui favorável às prévias para a escolha do candidato a prefeito do PSDB. E delas pretendo agora participar", tuitou Serra. Alckmin já havia tentado adiar a data das primárias, marcadas para domingo, 4 de março. Conseguiu a desistência dos pré-candidatos Andrea Mattarazzo e Bruno Covas. Mas os pré-candidatos José Aníbal e Ricardo Tripoli não abrem mão da data inicial das prévias.
"Representando filiados e militantes que nos apóiam, continuaremos nas prévias", tuitou o deputado federal @ricardotripoli ao 247, logo após o anúncio de Serra. Com muita habilidade política, Alckmin terá que convencer Tripoli e Aníbal de que as prévias deverão ser remarcadas - ou até mesmo anuladas. Mesmo que a militância tucana fique incomodada com a quebra de promessa da cúpula de SP de garantir as prévias, a anulação ou adiamento seria em função de um "bem maior": acabar com o projeto do PT de instalar a "hegemonia partidária no Brasil".
Pelo menos, essa é a tese que os tucanos buscaram vender para o próprio Serra. Ele seria o salvador da Pátria, o salvador do Brasil, impedindo que os petistas "invadissem" até a capital econômica do País.
Ou seja, Serra ficará sem a Presidência em 2014. Mas será o herói que conteve o avanço do PT no Brasil.
Qual sua aposta: as primárias serão canceladas de vez para consagrar Serra? Ou o PSDB vai cumprir à risca o calendário das prévias e, no final, consagrar Serra como vencedor de um processo legítimo e democrático?
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