sábado, 16 de agosto de 2014

Avião de Campos passou por espécie de recall para corrigir problema de controle

Falha no modelo Cessna 560XL foi identificado nos EUA.

O avião que transportava Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República, passou por uma espécie de recall para corrigir um defeito que, em determinadas condições meteorológicas, poderia dificultar o pouso.
O jato, um Cessna 560XL, caiu na última quarta-feira (13) em Santos, no litoral paulista, após uma tentativa de pouso frustrada atribuída ao mau tempo. O acidente matou Campos e mais seis pessoas.
NTBS
Gelo no cone de cauda de um Cessna 560XL que voava nos EUA
Para dois especialistas ouvidos pelo iG, é altamente improvável que a falha existente nos Cessna 560XL – que, inclusive, já havia sido corrigida no caso do jato do presidenciável – pudesse ter contribuído para o acidente.
O defeito, identificado após incidentes sem gravidade nos Estados Unidos, pode levar à formação de gelo em cabos e polias existentes no cano de cauda (parte traseira do avião) e que fazem parte do sistema de controle da direção do avião. 

Foram registrados ao menos quatro incidentes do tipo nos EUA – um deles em que a temperatura de solo era de 9 ºC. A temperatura de solo em Santos era de 19º C.
Para corrigir a falha, a Cessna emitiu três comunicados – um em 2005 e dois em 2011 – orientando os operadores dos jatos modelo 560XL a fazerem alterações nas aeronaves. Um dos emitidos em 2011 estabelecia que a alteração era obrigatória.
"Este alerta de serviço deve ser cumprido após 90 horas de voo ou 90 dias da data de recebimento, o que ocorrer antes", afirmava o alerta, segundo um documento da National Transportation Safety Board (NTSB), agência do governo dos EUA equivalente ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) brasileiro.
Em 2012, a Federal Aviation Administration, órgão do governo dos EUA equivalente à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) brasileira, emitiu um alerta de segurança às companhias que usam o Cessna 560XL, recomendando que os pilotos analisassem os drenos do cano de cauda antes de levantar voo.
No mesmo ano, a FAA emitiu uma diretiva de aeronavegabilidade obrigando as companhias a fazerem duas alterações na cauda do avião de modo a corrigir o problema. 
Segundo a Anac, a aeronave que transportava Campos cumpriu a determinação, e estava com todas as revisões em dia.
"A ANAC recebeu a Ficha de Cumprimento de Diretriz de Aeronavegabilidade, executada pela TAM Aviação Executiva e Taxi Aéreo S.A [que representa a Cessna no Brasil], sobre essa DA", informou a agência, por e-mail.
A TAM Aviação Executiva informou que somente se pronunciará sobre o acidente após a conclusão das investigações.

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