247 – A duas semanas da data das eleições, em 5 de outubro, qualquer movimento de integrantes do staff das principais campanhas presidenciais é observado de perto. Nesta sexta-feira 19, as atenções se voltaram para um tuíte do coordenador de comunicação da candidata Marina Silva, Alon Feuerwerker. Jornalista reconhecido, ele resolveu brincar com fogo. Em meio à alta sensibilidade do mercado financeiro a rumores e boatos sobre novidades eleitorais, Alon usou sua conta oficial para dar uma "dica eleitoral grátis: compre ações da Petrobras e da Eletrobras e espere. #feliz2015"
Qual foi exatamente o objetivo. Assim como poderia ser vista como uma piadinha, a mensagem também pode ser enquadrada no rol de iniciativas que visam, diretamente, influenciar na cotação dos referidos papeis. Pela vasta capilaridade que têm entre os investidores, neles a menor variação já representa uma intensa troca de lado de fortunas inteiras – assim como podem, logo de saída, elevar ou derrubar artificialmente o valor de mercado das empresas.
Disparos deste tipo, feitos a partir de uma fonte de campanha eleitoral reconhecida e identificada, têm todo o sabor mais apreciado pelos especuladores, aquele que exala o odor de informação privilegiada.
A julgar pela forte tendência do mercado registrada nos últimos, toda vez que a presidente Dilma Rousseff subiu nas pesquisas, o valor dos papeis das estatais caíram pesadamente. Em compensação, a gangorra da alta ganhou grandes alturas quando Marina percorreu sua impressionante trajetória de alta, a partir da substituição do ex-governador Eduardo Campos, em agosto.
A ser levado a sério, o que poderá empurrar o tuíte às portas da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), a aparente brincadeirinha do coordenador de comunicação do PSB custará mais uma dor de cabeça para a campanha da ex-ministra.
Certamente essa não foi a intenção, do mesmo modo como quase ninguém que solta balões de verdade admite que eles podem causar incêndios dos mais graves. Teria sido melhor perder a piada – e não dar o recado -, do que se arriscar a dar explicações formais para duas linhas de provocação ao público investidor.
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