segunda-feira, 8 de setembro de 2014

TST mantém reajuste salarial dos rodoviários em 10%, mas reduz auxílio-alimentação. Greve a vista?


Insatisfeitos, trabalhadores farão novas assembleias e podem entrar em greve


Decisão anterior previa 75% de reajuste no tíquete
Atualizada às 17h31
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) decidiu manter o aumento de 10% sobre os salários dos rodoviários que atuam no sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife. A decisão foi anunciada após julgamento do dissídio coletivo, na tarde desta segunda-feira (8). O valor do auxílio-alimentação, entretanto, foi limitado ao mesmo percentual, o que é contra as expectativas dos trabalhadores. Insatisfeitos, motoristas, cobradores e fiscais de ônibus farão duas assembleias, nesta terça-feira (9), e podem entrar em greve novamente.

A categoria quer que o aumento do tíquete-alimentação concedido pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em julho, seja mantido. Na ocasião, foi votado um acréscimo de 75,43%, o que elevaria o benefício de R$ 171,20 para R$ 300. Com a decisão do TST – que interveio após o sindicato patronal alegar que não tem condições de arcar com os novos custos - esse valor chegará a R$ 188,32.
Já o percentual de aumento salarial é o mesmo que o TRT havia definido. Os rodoviários, inclusive, confirmam já terem recebido o salário do mês de agosto com o reajuste de 10%. Motoristas passaram a receber R$ 1.765,50, fiscais, R$ 1.141,69, e cobradores, R$ 812,13. No caso das diárias, auxílio-funeral e indenização por morte ou invalidez, ficou mantido o aumento de 6,06% concedido no julgamento anterior.
Para a advogada do Sindicato dos Rodoviários, Maria Rita Albuquerque, a decisão foi uma vitória para a categoria. “Não há dúvidas de que esse reajuste representa um ganho real para a classe trabalhadora”, declarou. Já o assessor de comunicação da diretoria eleita do sindicato, Genildo Pereira, disse que, apesar de não ser uma derrota, a decisão é "uma frustração a uma expectativa que vinha sendo alimentada pela categoria" - referindo-se, especificamente, ao auxílio-alimentação.
Em entrevista coletiva, na tarde desta segunda, o representante garantiu que, caso os trabalhadores escolham realizar uma nova greve, os requisitos da lei serão cumpridos, como o aviso prévio de 72 horas. Entretanto, a diretoria do sindicato diz não descartar que profissionais mais exaltados paralisem as atividades antes mesmo do prazo. "Nas assembleias, vamos falar à categoria sobre nossas recomendações e decidir qual será o rumo do movimento", disse. As assembleias, marcadas para as 9h30 e para as 15h30, na sede do sindicato, vão ocorrer de forma independente ao resultado do julgamento da legalidade das paralisações realizadas pela categoria no fim de agosto. A audiência, no prédio do TRT, está marcada para as 10h.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, por sua vez, disse que a decisão do TST será acatada. “Esperamos que isso represente o fim de toda essa situação, gerada desde julho. Convocamos todos os trabalhadores a se manter em suas atividades”, enfatizou. A entidade, que propunha reajuste de 6,06%, recorreu ao TST após o julgamento da greve dos trabalhadores, em julho deste ano.

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