terça-feira, 20 de janeiro de 2015

BARRETO: 'NÃO SOU CHARLIE NEM CHÉRIF NEM SAID'

Um comentário:

  1. Infelizmente, o terrorismo se alastra no mundo e não vejo interesse verdadeiro, por parte das nações, para um ponto final do terror (sem guerras, sem mais mortes), por parte das nações de destaque no cenário econômico e político. Vejo isso, alimentarem a guerra entre judeus e palestinos (e/ou muçulmanos), porque vale mais o lucro que gera dessa briga que manter a vida, o bem maior de todo ser humano.

    Eu acredito na capacidade do homem de expor suas ideias com uma postura honrosa. Não se ganha no grito e/ou deboche. A psicologia diz que o ser humano sem argumento, preconceituoso, intolerante e revoltado, ou mesmo movido pela inveja é que recorre à tais artifícios. Quando chega nesse ponto, sua inteligência emocional já está totalmente comprometida. Com isso, quero dizer que é com a inteligência emocional e/ou inteligência social que a sociedade avança, rever conceitos, reformula leis, combate a corrupção, e por aí vai.

    A liberdade de expressão é seguida da ética e vai até onde chega à liberdade de expressão do outro. Macula-se à liberdade de expressão usada de forma desrespeitosa e irresponsável, resultando muitas vezes em casos de terrorismo, guerras e na chacina lamentável dos profissionais do Charlie. Com certeza, nesse cenário da liberdade de expressão os fundamentalistas muçulmanos não se encaixam, vivem como a Igreja Católica se portava na Idade Média.

    Quando a frase "eu sou Charlie" é divulgada, inflama sim o terrorismo e valida o apoio às charges de desrespeito ao direito e aos dogmas de uma religião. Charlei quer liberdade de expressão? Certíssimo! Então, deve respeitar a liberdade do outro escolher a sua crença. Não se pode confundir liberdade de expressão com deboche, escárnio e humilhação. És aí o perigo do "eu sou Charlie". As charges desse jornal são de humor ácido e sempre com um toque de obscenidade e deboche, por isso trago como pano de fundo o direito à crença religiosa. Cada um tem o direito de ter a sua e não cabe à ninguém censurar esse direito. Essa é a questão, no meu ponto de visto, com todo respeito ao seu.

    E, infelizmente, jornais similares ao Charlie há aos montes, com esse humor ácido e não vamos muito longe. Aqui no Brasil tem CQC, Pânico na Tv, para citar algumas que hoje estão sendo processados em razão desse "humor" de escárnio, comportamento da mídia sensacionalista que cada vez mais vem instaurando essa modalidade de "jornalismo".

    Contraditória a liberdade de expressão do Charlei que censura com frequência o direito do outro de ter uma religião, uma crença. Isso é de uma contradição abusiva e arrogante, ao ponto de colocar em perigo a vida deles e de muitas pessoas. Liberdade de expressão é seguida da ética. A liberdade de expressão não pode ser comparada com xingamento, deboche, escárnio e denegrir a imagem do outro, agressão física e muito menos matar por não concordar com o pensamento do outro (como os terroristas fizeram com os cartunistas). Assim, também é o escárnio, a humilhação e a intolerância. Ressalto, ainda, que tais comportamentos causam danos psicológicos numa pessoa, e isso é muito sério. E por favor, não estou me referindo aos terrorismos, mas a esse tipo de humor de escárnio que vem se popularizando, porque rende dinheiro. Rir da desgraça dos outros, ver o outro humilhado ainda é uma postura de muitas pessoas, desde que não seja com elas.

    Por isso, tenho que dizer: je ne suis pas Charlie e digo mais: #JeSuisDeLuxe. Respeito quem é Charlei, mas #EuNãoSouCharlie

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