segunda-feira, 25 de maio de 2015

21 dos 25 deputados federais do PTB são contra a fusão com o DEM

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O destino da segunda força política mais poderosa do Estado está indefinido e ameaça o reinado de grupos políticos em legendas tradicionais. O catalisador da mudança é a provável fusão entre PTB e DEM, que vem sendo discutida pelas direções nacionais das siglas. Em Pernambuco, a conclusão dos líderes dos partidos é que, apesar da boa relação pessoal dos dirigentes, só há espaço para um dentro da nova legenda. Com um ministro, um senador, quatro deputados federais, seis estaduais e 23 prefeitos, a possibilidade do grupo do ministro de Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto (PTB), deixar o PTB é grande, o que ameaça a influência de lideranças em legendas tradicionais.

A fusão entre PTB e DEM expõe as divergências das legendas no Estado. Os petebistas são aliados do Governo Dilma e oposição ao projeto do governador Paulo Câmara, enquanto os democratas são antagonistas na esfera nacional e integram a base do Palácio do Campo das Princesas. Caso o projeto seja concretizado, a solução mais provável é que o grupo do ministro é abandonar a sigla. Algumas legendas como o PRB, PSD e PDT já sinalizaram a disposição de abrigar o conjunto político, mas a possibilidade que mais agrada os armandistas é o PDT. Com a força de quem representa a segunda ala política mais forte do Estado, a orientação é que a ala deixará a legenda para assumir o comando de qualquer uma das agremiações.
O secretário geral do PTB, José Humberto Cavalcanti, adianta que deixar o PTB é a última opção do grupo, mas admite convites antecipados de siglas aliadas. Ele relata que a fusão é defendida por um grupo isolado dentro da legenda. “Eu acredito que essa fusão não ocorre. Somos contrários à fusão. Dos nossos 25 deputados federais, 21 foram contra. Interessa a quem isso? Meia dúzia de pessoas”.
PDT e Democratas são partidos que estão tradicionalmente ligados a líderes específicos em Pernambuco. O deputado federal Mendonça Filho (DEM) e o prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT), comandam seus partidos com autonomia, mas os grupos das lideranças possuem estrutura menor que a ala do senador Armando Monteiro. O Democratas possui apenas um prefeito, um deputado federal e um estadual. Já o PDT abriga 10 prefeitos, um federal e três estaduais.
Nas hostes do PDT, membros do próprio partido admitem que o grupo que atualmente comanda a legenda perderá força dentro da agremiação. O presidente da Fundaj, Paulo Rubem Santiago (PDT), avalia que o poder da ala de José Queiroz na sigla é frágil. “Não tem como dizer que o grupo deles tem força. Eles representam uma oligarquia que não tem poder, que se mantém de maneira provisória no comando por aval da executiva nacional. Contudo, se houver a decisão de Armando, muda completamente tudo. É outro partido. Não é mais o partido que está nas mãos de uma família”, avaliou. Nome cotado para a disputa da Prefeitura do Recife, Paulo Rubem foi candidato a vice-governador na chapa de Armando Monteiro e poderia ter seu nome fortalecido na disputa, caso a alteração seja concretizada.
Já o presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, prefere amenizar a situação. Segundo ele, a definição do partido em Pernambuco caberá a Executiva Nacional. “Não cabe a mim decidir. Cabe a direção nacional. Eu tenho uma ótima relação pessoal com Armando, mas temos projetos distintos. Ele é aliado de um governo que eu me oponho há 13 anos e sou aliado de uma gestão que ele combate”, relatou.

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