Citando que o Recife “vive um momento crítico de sua política urbana”, o PSOL afirma que o PT e o PSB, “governos que se revezaram no empenho pela sua aprovação” do Projeto Novo Recife, “acusam-se mutuamente em relação a isto”.
“Além de querer eximir-se de suas responsabilidades e culpar unicamente o PSB pelo Projeto Novo Recife, a nota da direção petista se presta a defender os 12 anos de gestão petista da cidade, apontando um suposto legado positivo nas questões urbanas do Recife. O PT se esquece, ou omite, que seus governos participaram dos retrocessos na democracia e no urbanismo do Recife”, disparou o partido, na nota.
Em seguida enumera uma série fatos para justificar esse “retrocesso”. Apesar de reconhecer a importância da Lei dos 12 bairros, aprovada durante a gestão petista, afirma que ela é “limitada”, pois restringe a verticalização em alguns bairros. “Com isso aumentando a pressão do mercado sobre os bairros protegidos”.
Acusa a gestão de João Paulo de flexibilizar a legislação urbanística fazendo com que fosse aprofundada a especulação imobiliária na ZEIS Brasília Teimosa. Que as gestões do PT apostaram em um modelo de cidade centrado no automóvel e “em sintonia com os interesses do capital imobiliário”, citando como exemplo a construção da Via Mangue.
O PSOL argumentou, ainda na nota, que 2008 foi aprovada, “sem participação popular”, uma lei que aumentou o potencial construtivo no quadrilátero de Santo Amaro, permitindo empreendimentos de impacto, “como as duas torres de 42 andares na Rua da Aurora”.
“Em 2010, João da Costa aprovou ilegalmente, sem Estudo de Impacto de Vizinhança e sem consultar a população, a lei do Pólo Jurídico, cujo projeto ocuparia áreas destinadas a obras de interesse da ZEIS Coque, aprovadas no Orçamento Participativo”, relata a nota, entre outras críticas.
“Diante dessa lista de desserviços urbanístico, sociais e políticos à cidade do Recife, não é fácil aceitar este cavalo de pau da direção do PT, ainda mais quando desacompanhado de uma autocrítica das políticas implementadas. Sem rever sua política e classificando o histórico lamentável como um bom legado, a nota da Executiva do PT menospreza a inteligência do povo recifense e mais parece uma peça de estelionato eleitoral”, ataca a nota.