segunda-feira, 22 de junho de 2015

ARTIGO: REJEIÇÃO E MEDO



As instabilidades moral e social de um governo podem até ser esquecidas por um eleitorado decepcionado e assustado, mas seus atos – geralmente – são perpetuados na mente daqueles que rejeitam os oportunistas e lhes causam medo.

Oque pode assustar mais o eleitorado? Continuar convivendo com as mentiras e com as jogatinas políticasou com o medo de que haja uma maior “deterioração” que conduzam um país, um estado e, principalmente, um município a bancarrota?

Mas nem só de ataques e contra-ataques vive (ou sobrevive?) uma campanha. E os candidatos. Os discursos e o marketing formatam a bandeira que possa“vender” a imagem do bem e, paradoxalmente, esconder as entranhas de um candidato e/ou de um governo... E aí, promessas, muitas promessas. Embora escondam dos incautos que tenham a consciência “abarrotada” do desgaste que sofreram e da impopularidade que conquistaram com medidas inoperantes – ou “tapa-buracos” –, exposição de imoralidades e de flexibilidade a eles impostas ao longo dos últimos anos, alguns políticos insistem em querer avançar com lemas como confiança, estabilidade, crescimento, moralidade... como garantias de que podem dar ao eleitorado o que há de melhor e de mais sério.. É bem verdade que a (con)fiança é uma garantia, mas nesse caso (e inúmeros outros) ela torna-se inafiançável: o governo não tem credibilidade e a sua cota de mentira esgotou-se. Ou seja, está inadimplente com o povo que lhe elegeu e nele acreditou.

Aliás, também não é por acaso que um nome escolhido para ser candidato (não importa quem quer que seja)apresente um programa eleitoral alicerçado em confiança, trabalho, seriedade, desenvolvimento, empregos etc. A rigor, são as palavras-chave no “Largo do Rato” de um provérbio que pode ser bem aplicado em quem os “guerreiros” começaram a atirar flechas. E ele fala em “Alternativa de Confiança”.(Hipocrisia extrema. Não há meio-termo.)

Os discursos proferidos por certos candidatos e veiculados em todo e qualquer espaço – enaltecendo a sua administração com a inauguração de museus à pintura do meio-fio em calçadas espalhadas “pelo mundo” afora – pode simbolizar o medo de uma derrota eleitoral. Ou não, dependendo de que lado você esteja: se no camarote, se na arquibancada, se nas gerais. Mas não deixa de ser uma avaliação tendo como pressuposto alguns anos do perene medo do dia seguinte e de decepções acumuladas pela população. Mas há uma explicação: é que, em regra, o fantasma das oposições paira sobre as cabeças de todos os situacionistas, haja vista que há um sentimento popular de que a libertação das “Capitanias Hereditárias” está prestes a se tornar uma realidade em, pelo menos, 50% dos municípios e isso ocorrendo será catastrófica para “elas”, as “cabeças pensantes”.

As palavras do parágrafo antecedente me faz lembrar o “que ocorreu” numa cidade paraibana. O candidato da situação, com vários anos no poder, diz que seu opositor só tem o medo para oferecer ao povo. (Um candidato que fala em medo quando o medo é dele,que vai disputar uma eleição e que pode perdê-la, não deixa de ser hilário.) Que resposta poder-se-ia dar ao “todo poderoso?” O candidato da oposição ironizou ao dizer que o adversário chegou a uma a conclusão curiosa: “Por que mudar se o melhor é deixar tudo como está?” Dá para entender?

 A rejeição, segundo o Mestre Aurélio – o “pai dos burros”, e dos “cavalos” também –, é o ato ou efeito de rejeitar, e ela está patente no semblante de quem sabe o que quer,quem quer, como quer e o porquê quer.

Quanto ao medo, costumo dizer que ele se transforma num câncer – espiritual – numa pessoa.

Leva-a, também,ao desespero, a “cegueira”, a “surdez”, a “mudez”,enfim, a uma “infecção fobiana” generalizada. Há casos, inclusive, em se tratando de política, que há até controle dos passos do adversário, o que não deixa de ser lamentável, pois para que isso possa funcionar – e funciona, quando o “coordenador” é competente – os “puxas-saco” perambulam pelas ruas como se fossem almas penadas, e o uso da máquina, de maneira indevida. O governo deveria pagar assessoria, alimentação, telefones e estrutura de todos os níveis para servir a população, o que seria um gesto de grandeza, e não para utilizá-las contra os seus adversários, o que configura umsinal de fraqueza.Seria umapsicose incurável?

Mas (há sempre um mas nessas situações, observou?), afinal, o que tudo isso tem a ver com o “quê?” E daí? Por quê? Qual o motivo?

 Primeiro, a rejeição. Não é problema, pelo menos para uma das partes interessadas em algo e/ou em alguma coisa. E depois, o medo. Mas que medo?Como disse o Pensador Mano Brown, “Às vezes o caminho da cura pode ser a doença, e o caminho do perdão, a sentença.
                                                                                                            *Marco Albanez

advogado e jornalista

6 comentários:

  1. Adelson Gouveia de Lima22 de junho de 2015 às 10:00

    Por recomendação de um amigo, passei a acompanhar o Blog e os artigos do Dr. Marco Albanez. Ao abrir o blog hoje com ótimas notícias e atualizadas, não tinha o artigo. Na segunda tentativa, achei a publicação. Ele escreve levando o leitor ao centro dos fatos como se deles estivesse participando. Muito bem escrito. O cara é bom demais.Parabéns,

    ResponderExcluir
  2. Muito bom. Doa em que doer é a verdade.

    ResponderExcluir
  3. Impressionante.Nota dez.

    ResponderExcluir
  4. Gosto dele, desde o momento que o conheci e ele agiu como um verdadeiro profissional, sério , e comprometido com o que faz. Ele poderia ter ido "pelo caminho mais fácil", quando "todos" nos acusavam, ele para mostrar serviço poderia ter feito como outros sem moral, respeito ou escrúpulos fizeram e ganharam certamente pontos com o poder local. Mas muito pelo contrário, mostrando ser um homem de princípios bem formados, depois que viu toda sorte de maledicências, nos defendeu como bom profissional que é, é saiu dizendo que jamais faria nada para prejudicar quem quer que fosse, saindo da causa imunda. Quem age assim na vida diária, certamente agiria assim na vida pública Emoticon like Parabéns Marcos Albanez ,caso se candidate para qualquer coisa que queira, terá sempre meu apoio, pode até não ser muito ,mas é de coração. (Patrícia Peregrino)

    ResponderExcluir
  5. Marco tem sido uma as das gratas amizades que conseguimos em São Lourenço da Mata. Da diversidade e adversidade nos aproximamos e mantemos uma relação de respeito e na verdade. Marco Albanez é uma figura ímpar, singular e transparente. Gênio forte e uma coração do tamanho do planeta. Sei que ele não tem facebook e não lerá isso, mas isso pouco importa... Faço minhas as suas palavras Patricia Peregrino... Pense num "cabra" arroxado.

    ResponderExcluir