segunda-feira, 31 de agosto de 2015

MARCO ALBANEZ - ELEIÇÃO: VITÓRIA E DERROTA

                                                                                       
                                                                                                                                      

             John Fitzgerald Kennedy, o trigésimo-quinto Presidente dos Estados Unidos, assassinado no exercício do cargo “por” Lee Harvey Oswald (suspeito de ter sido agente do serviço secreto cubano) no dia 22 de novembro de 1963, em Dallas, cidade do Texas, não era só um homem carismático, poderoso e famoso – dentre outras coisas – por ter utilizado a Casa Branca para momentos calientes com suas inúmeras amantes, inclusive a mais conhecida delas, a atriz, modelo e cantora Marilyn Monroe. Uma pequena frase imortalizou a sua trajetória política:

O fracasso não tem amigos”.

           Na política partidária brasileira, a frase simboliza a “escritura sagrada” do vencedor numa disputa eleitoral e um “livro maldito” a ser escrito pelo derrotado.

           As derrotas eleitorais constituem elementos de perturbação para as carreiras políticas na medida em que geram redistribuições na repartição dos cargos de poder. O resultado dessas perturbações podem provocar ilusionismo e mudança de comportamento, mas tais tipos de consequências dependem eles mesmos das “qualidades de derrotas” que enfrentam os indivíduos. A derrota pode ser definida objetivamente como o reconhecimento oficial por um candidato e seu partido de um resultado matematicamente insuficiente para ser eleito, segundo as regras preestabelecidas para essa eleição. O que é lógico. Mas nem todas as derrotas têm as mesmas implicações. Em função da ambição de um candidato, dos seus objetivos, do seu percurso político, do investimento realizado na campanha eleitoral e da sua conjuntura, certas derrotas são mais aceitáveis do que outras. Para compreender o sentido de uma derrota, a noção mais subjetiva de fracasso eleitoral oferece um complemento de definição importante. Permite dar conta da diversidade das candidaturas em termos de objetivos e de ambições políticas, o que implica numa diferenciação em termos de aceitabilidade das derrotas. Complicado, não? É nada!

         Bom, o que significa a vitória? A palavra já diz tudo. E o fracasso?

         Seria de suma importância afirmar que a relação entre derrotas eleitorais e carreiras políticas tem sido bastante estudada por vários “experts” em eleição. Na linhagem sobre as reações políticas de certos candidatos, há alguns que viram “bichos”, desconhecem o pudor, entram em depressão “rezam para Satã”, injuriam Cristo e mutilam as suas já debilitadas mentes só em pensarem que já estão derrotados antes mesmo do “dia do julgamento final”. E o pior é que, escondida como rapina após o “bote”, essa dupla personalidade surge como uma doença crônica, que apodrece como lacraia e é “enterrada” sob os aplausos dos insetos e das bactérias que fazem do cemitério o seu habitat.

        Acontece que o fracasso desses candidatos incapazes e – muitos deles – sem caráter é um revés a bondade que poderia curá-los das maldades por eles praticadas contra pessoas que por elas tudo fizeram, literalmente. Poder-se-ia até dizer que o fracasso eleitoral desses candidatos fantasiados de “bruxas” poderia ser diferente, e até aceitável, por mais salafrários que fossem e/ou sejam – e são –, se tivessem o mínimo de dignidade e de respeito para com seus irmãos – que eles provavelmente não têm, já que são os filhos da perdição, iníquos. Em outras palavras, os anticristos. 

       Na verdade, em determinadas eleições, de “n” cidades, não há espaço para a decepção, haja vista os personagens já serem comprovadamente diferenciados e a panorâmica já vislumbrada em todos os rincões até então considerados “Capitanias Hereditárias” por quem pensava que a novela “O Dono do Mundo” (Rede Globo, com Antonio Fagundes) era uma realidade e não uma ficção.          Portanto, eleição não é brincadeira como empinar pipa ou jogar peão. Muito pelo contrário. Ela traz perspectiva de um bom governo para os vencedores e de um castigo de bom tamanho para os derrotados (as “zebras” acontecem), sobretudo para aqueles que confundem “telepatia com a tia de Pelé”. Ou, no “melhor” dos exemplos, como disse o historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo Plutarco – ou Lucius Mestrius Plutarchus, nome que adotou ao se tornar cidadão romano: “Nada revela mais um caráter de um homem do que seu modo de se comportar quando detém um poder e uma autoridade sobre os outros. Essas duas prerrogativas despertam toda a paixão e revelam todo o vício”.

         Mas, como toda eleição é emblemática – e cada uma com um histórico diferente – no que diz respeito ao conteúdo, aos candidatos, ao programa de governo, a demagogia, as clonagens, as mentiras etc, restam às partes – vitoriosas e derrotadas – não deixarem no esquecimento que vencer é bom demais para quem pratica o bem... e perder é “melhor” ainda para quem só pensa em praticar o mal. Em ambos os casos, no entanto, seria bom lembrar o que disse Theodore Roosevelt, o mais jovem (43 anos e o trigésimo-segundo presidente) norte-americano a assumir o cargo mais poderoso do mundo: a presidência dos Estados Unidos da América – o único, por quatro mandatos:

“É muito melhor arriscar coisas grandiosas, alcançar triunfos e glórias, mesmo expondo-se a derrota, do que formar fila com os pobres de espírito que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem nessa penumbra cinzenta que não conhece vitória nem derrota.”


*Marco ALBANEZ
É advogado (OAB-PE nº 7.658) e jornalista (AIP nº 2.163 e DRT/PE nº 3.271)


9 comentários:

  1. Severino José de Mélo31 de agosto de 2015 às 13:11

    Caro Marco Albanez,

    O artigo está excelente, mas está de altíssimo nível, pode não atingir boa parte dos seus eleitores !
    abraço,

    Billy

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  2. Prezado Marco: Grande é a dificuldade de estabelecer uma relação entre honestidade e compromisso político, como você bem narra em seu artigo. Exemplo temos bem próximos a nós, onde após as eleições os q alcançam seus êxitos após absurdas promessas, não cumprem nada, então constatamos que: Diante de todos é onde os trapaceiros se escondem. Anselmo Gouveia.

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  3. Você é engraçado. Seus artigos razoaveis. Mas pergunto. Por que não escreve sobre seus parentes?. Labanca deixou a prefeitura como foragido e com uma administração que fez vergonha. E Gino está acabando com o que resta de São Lourenço. Sem falar que os Labancas e os Albanêz estão mamando demais e a roubalheira está uma vergonha. Por que não fala?. Vai esperar que a Laja Jato bata nas portas da prefeitura?.

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    1. Companheiro anônimo... Não sou advogado de Marco... até por que competência não lha falta para defender-se, no entanto, pelas suas colocações, ver-se saber bem o que diz. Diante de tal fato fica evidente que sua provocação é descabida, uma vez que evidentemente você sabe que Dr. Marco se afastou de Labanca há muitos anos. Os problemas de Labanca são evidente e nem precisaria ser elencado... quanto a Gino... sua colocação é estranha, visto que ele apenas começou a caminhar. Quanto a Lava Jato na prefeitura acho pouco provável... mas os terrenos da arena devem render uma boa briga (no bom sentido) para nós blogueiros.. (ao menos os que dizem a verdade)
      Saudações e obrigado pela audiência.

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  5. Palmares... vou retirar esse comentário visto trazer fatos que não condizem com o texto. Saudações

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  6. Caro Marco. Uma das coisas boas de ler em meu blog são seus artigos. Como numa espécie de jogo emocional só os leio depois de postado, mesmo os tendo em mãos quase que uma semana antes. O ser humano tem viés que nem Edmund explicaria. Esta linha de raciocínio explorada trás evidentemente colocações explêndidas sobre o ser ou não de shakespeare. em seu impagável Hamlet: "Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna, ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer? Morrer — dormir, nada mais;" Assim também é aluta entre a derrota e o fracasso tão bem focado em seu texto. Sempre parabéns.Forte abraço.

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    1. Magno: por mais que os crostas queiram destruí-la, tenho a honradez como a maior riqueza pessoal e é ela que sempre norteou minhas trajetórias vitalícia, profissional e política. Você, com quem nutro uma amizade sincera e leal - e sei que a recíproca é verdadeira -, no que pese estar ela alicerçada no início de um confronto jurídico, é testemunha do meu comportamento. Embora "não signifique" nada para determinados abutres, não consigo entender por que eles se preocupam tanto com o que faço, com o que penso, com o que escrevo. Poderia até me regozijar por tamanha "preocupação", mas não me sentiria bem, pois esses germes só trazem o mal para quem busca, com tenacidade, novos horizontes visando apenas fazer o bem, haja vista que no meu coração não há espaço para o ódio ou rancor para essas pessoas pobres de espírito e vazios de ideias, já que só se alimentam de germes todo dia, diariamente e de segunda-feira a domingo. Se é verdade que "só atiram pedras em árvores que dão fruto", não tenho culpa. Não vou agradecê-lo pelas suas palavras, confiança e elogios a minha pessoa. Um abraço fraterno e sem mácula, é o que posso lhe mandar, mesmo você sendo merecedor de muito mais.

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